Conceitos Básicos de Marketing que Todos os Negócios Devem Saber

Conceitos Básicos de Marketing que Todos os Negócios Devem Saber

Mateusz Makosiewicz
Investigador de marketing e educador da Ahrefs. Mateusz tem mais de 10 anos de experiência em marketing adquirida em agências, SaaS e empresas de hardware. Quando não está a escrever, ele compõe música ou faz longas caminhadas.
Este arti­go é uma intro­dução ao mar­ket­ing para pro­pri­etários de peque­nas empre­sas, empreende­dores autónomos e profis­sion­ais de mar­ket­ing ini­ciantes. O nos­so obje­ti­vo aqui é ajudá-lo a enten­der os prin­ci­pais con­ceitos de mar­ket­ing sem jargões desnecessários.

Este guia estará reple­to de infor­mação, mas ten­ha em mente que, aqui, só estare­mos a abor­dar as coisas pela super­fí­cie. Por­tan­to, sin­ta-se à von­tade para seguir os links para out­ros arti­gos que mer­gul­ham em maior detal­he nos tópi­cos que você está mais inter­es­sa­do em saber a fundo.

Mas primeiro, aqui está o que abor­dare­mos neste artigo:

Aqui está como a Asso­ci­ação de Mar­ket­ing Amer­i­cana define mar­ket­ing (que revê esta definição uma vez em cada três anos para man­té-la dev­i­da­mente atualizada):

Mar­ket­ing é a ativi­dade, um con­jun­to de insti­tu­ições, proces­sos de cri­ar, comu­nicar, entre­gar e tro­car ofer­tas que ten­ham val­or para clientes, par­ceiros e para a sociedade, em grande escala.

Se essa definição soa um pouco com­plexa, aqui está a essên­cia dela. O que essa definição está ten­tan­do nos diz­er é que mar­ket­ing não é ape­nas a ativi­dade de pro­mover algo, mas tam­bém de cri­ar pro­du­tos e serviços dese­jáveis e dis­tribuí-los de uma maneira que aumente a sua atra­tivi­dade no mercado.

Os negó­cios trans­fer­em (ven­dem) bens ou serviços aos clientes em tro­ca de val­or (din­heiro). Dito assim soa muito fácil, porém exis­tem uma série de fatores que podem com­plicar esta ativi­dade para todos os negócios:

  • Os clientes podem não saber acer­ca do produto/serviço.
  • Mes­mo que saibam, eles podem não ter o dese­jo de comprar.
  • Mes­mo que saibam e dese­jem, podem optar por com­prar a out­ra empresa.
  • Mes­mo que uma empre­sa con­si­ga pas­sar por todas as eta­pas de for­ma a transferir/vender as suas mer­cado­rias, o cliente pode não ficar sat­is­feito o sufi­ciente para voltar, com­prar nova­mente ou recomen­dar a empre­sa a out­ras pessoas.

O mar­ket­ing é uma práti­ca de negó­cios des­ti­na­da a abor­dar todas essas questões, como ger­ar con­sci­en­ti­za­ção por meio da ger­ação de dese­jo na pes­soa, pro­mover a fidel­i­dade do cliente e incen­ti­var a defe­sa do mes­mo. Em out­ras palavras, uma vez que o mar­ket­ing conec­ta a empre­sa com os seus poten­ci­ais clientes, não podem exi­s­tir ven­das sem marketing.

Ago­ra já sabe­mos o que é o mar­ket­ing e por que é impor­tante, con­tu­do deve­mos per­gun­tar para nós mes­mos: mas o que faz o mar­ket­ing na práti­ca? Quais são os seus prin­ci­pais papéis ou áreas chave?

Ao lon­go de décadas, profis­sion­ais de mar­ket­ing têm respon­di­do a estas per­gun­tas com os 4 Ps do mar­ket­ing:

  • Pro­du­to – O que você vende
  • Preço – Qual o cus­to desse produto/serviço
  • Local – Onde você vende
  • Pro­moção – Como adquire clientes

Vamos olhar cada um em maior detalhe.

Produto

Um dos papéis do mar­ket­ing é a cocri­ação de um pro­du­to. Na ver­dade, é aqui que todo o mar­ket­ing começa.

Todo o proces­so de desen­volvi­men­to de pro­du­to pre­cisa de levar em con­sid­er­ação as condições de mer­ca­do. Coisas como quem é o cliente, quais car­ac­terís­ti­cas do pro­du­to que o mer­ca­do exige, quem são os con­cor­rentes e como faz­er mel­hor do que ess­es con­cor­rentes. Podemos respon­der a essas e out­ras per­gun­tas semel­hantes durante a pesquisa de mer­ca­do.

Desco­brir o que con­stru­ir é uma eta­pa críti­ca no mar­ket­ing e nos negó­cios. Isso porque é prati­ca­mente impos­sív­el com­er­cializar efe­ti­va­mente um pro­du­to que não se encaixa no mer­ca­do. Por out­ro lado, um pro­du­to que pode sat­is­faz­er uma deman­da exis­tente den­tro de um mer­ca­do promis­sor não pre­cisa de táti­cas de mar­ket­ing bas­tante complicadas.

Dessa for­ma e, para ter uma ideia, veja como a Ahrefs (o nos­so pro­du­to) com­bi­na com algu­mas per­gun­tas fun­da­men­tais que o mar­ket­ing responde nes­sa área:

4 Ps do marketing: fundamentos do produto. Tabela com perguntas à esquerda e respostas correspondentes à direita

Preço

Um bom preço é aque­le que o seu públi­co-alvo pode pagar, tor­nan­do o seu negó­cio lucra­ti­vo. Isto é mais fácil diz­er do que faz­er, é ver­dade, mas o mar­ket­ing está aqui para o ajudar.

Definir um preço arbi­trari­a­mente é, muito rara­mente, uma boa ideia. Exis­tem várias maneiras pelas quais os profis­sion­ais de mar­ket­ing podem infor­mar decisões exec­u­ti­vas com base em per­cepções de mer­ca­do. Aqui estão alguns básicos:

  • Faça uma pesquisa ou faça entre­vis­tas com o seu públi­co-alvo. Você pode desco­brir qual o preço que fará as pes­soas ques­tionarem a qual­i­dade de um pro­du­to e qual o preço que fará com que as pes­soas con­sid­erem o pro­du­to mais caro para as suas carteiras.
  • Faça com­para­ções com os seus con­cor­rentes, ativi­dade tam­bém con­heci­da como avali­ação com­par­a­ti­va (em inglês, con­hece­mos por bench­mark­ing). Se você definir o seu preço próx­i­mo ao que os seus con­cor­rentes que já têm lucros esta­b­ele­ci­dos cobram, provavel­mente obterá um mod­e­lo de preços que fun­cione den­tro do seu mercado.
  • Ajuste o seu pro­du­to para o aspec­to psi­cológi­co do preço, ou seja, con­cen­tre-se no que o seu preço deve comu­nicar aos seus futur­os clientes. Cer­ti­fique-se de que você não está ofer­e­cen­do menos bene­fí­cios pelo mes­mo preço que os seus con­cor­rentes. Ou pior ain­da, menos bene­fí­cios por um preço mais alto. Em uma matriz de pro­pos­ta de val­or típi­ca, as mel­hores opções são aque­las desta­cadas em verde:
Tabela de matriz com uma proposta de valor. Três colunas são "preço mais alto", "mesmo preço" e "preço mais baixo". As linhas são "mais benefícios", "os mesmos benefícios" e "menos benefícios"

Local

Como e onde os clientes vão com­prar um pro­du­to ou serviço, ou seja, o local, é out­ro fator que o mar­ket­ing influ­en­cia bas­tante (isso acon­tece antes mes­mo de olhar­mos para as táti­cas de promoção).

Aqui, a pesquisa de mer­ca­do ofer­ece per­cepções e ensi­na­men­tos acer­ca de infor­mações impor­tantes, tais como os hábitos de com­pra dos clientes e os canais de ven­das dos con­cor­rentes, para deter­mi­nar o mod­e­lo de dis­tribuição ideal.

Você já se per­gun­tou por que alguns pro­du­tos não estão disponíveis dire­ta­mente no web­site do pro­du­tor? Ou por que alguns tipos de soft­ware vêm em ver­sões dig­i­tais e físi­cas, enquan­to out­ros não? Isso não é coin­cidên­cia. Isso é marketing.

Aqui está um resumo rápi­do de alguns mod­e­los de dis­tribuição pop­u­lares que os profis­sion­ais de mar­ket­ing podem escolher:

4 Ps do marketing: resumo dos modelos de distribuição. As colunas são "tipos de produto", "distribuição direta", "distribuição indireta" e "exemplos de modelos de distribuição mistos" com as informações correspondentes abaixo

Promoção

Somente depois de esta­b­ele­cer fun­da­men­tos sóli­dos ao nív­el do pro­du­to, preço e local, os profis­sion­ais de mar­ket­ing podem se con­cen­trar na pro­moção. Essas são as táti­cas usadas para alcançar o públi­co-alvo com uma men­sagem. Pense em pub­li­ci­dade, cri­ação de arti­gos em blogs, redes soci­ais, email mar­ket­ing, etc.

Os profis­sion­ais de mar­ket­ing estão geral­mente asso­ci­a­dos a ativi­dades nes­sa área – e essa “imagem” não está de todo erra­da. Mal os com­po­nentes estratégi­cos do mar­ket­ing este­jam em vig­or, os profis­sion­ais de mar­ket­ing pas­sam a maior parte do tem­po tra­bal­han­do na pro­moção do que suas empre­sas têm para oferecer.

Ao pen­sar nas táti­cas de pro­moção que podem ser usadas, os profis­sion­ais de mar­ket­ing pre­cisam de saber algu­mas coisas antes:

  • Quem estão a ten­tar alcançar?
  • Quais os canais de mar­ket­ing que fun­cionam melhor?
  • Qual é a jor­na­da de com­pra típi­ca dos seus prospetos?
  • Que orça­men­to e equipas pre­cisam para atin­gir os seus objetivos?

Por exem­p­lo, na Ahrefs, a nos­sa táti­ca de mar­ket­ing base é o mar­ket­ing de con­teú­do. Nós escol­he­mos focar-nos num tipo de mar­ket­ing porque:

  • Muitas pes­soas pesquisam no Google soluções para prob­le­mas que o nos­so pro­du­to pode resolver. Por­tan­to, se cri­ar­mos con­teú­do com um grau de clas­si­fi­cação alta o sufi­ciente, as pes­soas poderão nos encon­trar pelos motores de bus­ca (como o Google) e con­hecer nos­so pro­du­to. (Falare­mos mais sobre con­teú­do lid­er­a­do por pro­du­tos na últi­ma seção deste artigo.)
  • Se pud­er­mos cri­ar con­teú­do que se clas­si­fique de for­ma exce­cional enquan­to “bebe­mos do nos­so próprio cham­pan­he”, estare­mos a enviar uma men­sagem autên­ti­ca sobre a qual­i­dade do nos­so pro­du­to e a exper­iên­cia das pes­soas que o con­stroem, todos os dias.

Nos próx­i­mos pará­grafos, vamos focar-nos na parte da pro­moção asso­ci­a­da ao mar­ket­ing. Con­tu­do, se quis­er ler mais sobre os qua­tro Ps do mar­ket­ing, veja este nos­so guia em detalhe.

OK, vamos seguir em frente.

Mar­ket­ing é um proces­so. Os profis­sion­ais de mar­ket­ing estão cientes de que os vis­i­tantes não se tor­nam clientes ime­di­ata­mente – pelo menos não em todos os tipos de negó­cios. Na ver­dade, os profis­sion­ais de mar­ket­ing não dis­cutem con­tra essa real­i­dade. Em vez dis­so, eles lev­am isso em con­sid­er­ação e desen­volvem um “cam­in­ho” para con­vencer as pes­soas gradualmente.

É prováv­el que nen­hum out­ro con­ceito de mar­ket­ing trans­mi­ta essa ver­dade mel­hor do que o funil de marketing.

Um funil de mar­ket­ing é um sis­tema pro­je­ta­do para atrair clientes (ou clientes) para uma empre­sa. E depois con­vertê-los. Gradualmente.

Um funil de mar­ket­ing típi­co con­siste em vários está­gios de con­ver­são de vis­i­tantes em sub­scritores (leads), depois em clientes e, pos­sivel­mente, em defensores/embaixadores da marca.

Funil de marketing com 6 secções. De cima para baixo (Consciência, Interesse, Consideração, Ação, Lealdade, Advocacia)

Leve em con­sid­er­ação estas duas táti­cas, por exemplo.

Um arti­go de blog sobre como faz­er pesquisa de palavras-chave para SEO provavel­mente ger­ará vis­i­tas prove­nientes de con­sul­tas de pesquisa rela­cionadas com o tópi­co, como “análise de palavras-chave de SEO” ou “como faz­er pesquisa de palavras-chave”. Isso sig­nifi­ca que esse con­teú­do é uma boa maneira de expandir o con­hec­i­men­to e o inter­esse sobre a nos­sa marca/produto, pois as pes­soas que pesquisam ess­es ter­mos no Google não pre­cisam saber sobre nós e o que faze­mos em primeiro lugar.

Lista de palavras-chave com dados correspondentes

Por out­ro lado, temos uma “land­ing page” que com­para o Ahrefs com alguns de nos­sos con­cor­rentes. Como esta pági­na será vis­i­ta­da prin­ci­pal­mente por pes­soas que já con­hecem o nos­so pro­du­to e provavel­mente estão no mer­ca­do à procu­ra de uma fer­ra­men­ta de SEO, essa é uma táti­ca ade­qua­da para a eta­pa de Con­sid­er­ação do funil.

A out­ra lição impor­tante do mod­e­lo de funil de mar­ket­ing é que o mar­ket­ing, enquan­to proces­so, não ter­mi­na depois que alguém com­pra de você. Se você dese­ja que os seus clientes voltem e façam com­pras repeti­da­mente, é uma boa ideia man­ter as pes­soas conec­tadas con­si­go após o está­gio de “com­pra”.

Uma das maneiras de con­seguir isso é enviar um bole­tim infor­ma­ti­vo reg­u­lar para sua lista de con­tatos por e‑mail. O Dat­a­camp, uma platafor­ma de apren­diza­gem de códi­go, visa man­ter os seus usuários conec­ta­dos com a sua mar­ca, envian­do e‑mails reg­u­lares. Eles con­têm um lem­brete com um “obje­ti­vo sem­anal” e uma lista com uma curado­ria de recur­sos. Aqui está um excer­to de um dess­es e‑mails:

Excerto do e-mail da Datacamp

O mar­ket­ing é um desafio empre­sar­i­al que tem mais de uma solução. Essas difer­entes soluções são os tipos de mar­ket­ing. E ess­es não são seg­re­dos do nos­so setor – as empre­sas copi­am e mis­tu­ram as coisas a toda a hora. A chave está em escol­her a com­bi­nação per­fei­ta dess­es mes­mos tipos e usá-los bem. Vejamos alguns exemplos.

Marketing B2B e B2C

Estes acrón­i­mos rep­re­sen­tam mar­ket­ing negó­cio-para-negó­cio e mar­ket­ing negó­cio-para-con­sum­i­dor, de for­ma respetiva.

Vari­a­dos profis­sion­ais de mar­ket­ing difer­en­ci­am estas soluções, pois algu­mas táti­cas são mais efi­cientes para mar­ket­ing para negó­cio e out­ras para mar­ket­ing para con­sum­i­dores. Até mes­mo o esti­lo da men­sagem difere.

Aqui, mostramos um exem­p­lo de mar­ket­ing basea­do em con­tas: uma empre­sa usa e‑mails para pro­mover uma nova fun­cional­i­dade do seu pro­du­to. Os e‑mails foram cuida­dosa­mente dire­ciona­dos, envi­a­dos ape­nas para con­tas com maior prob­a­bil­i­dade de reti­rarem bene­fí­cio desse novo recur­so. Em vez de pedir aos poten­ci­ais clientes para “com­prar ago­ra”, a men­sagem é um estu­do de caso de uma solução para um prob­le­ma de negócios.

E-mail da Datanyze contendo um link para um estudo de caso

Abaixo, temos uma táti­ca muito uti­liza­da no mar­ket­ing B2C: o mar­ket­ing de influ­en­ci­adores. Neste exem­p­lo, uma influ­en­ci­ado­ra com 21,5 mil seguidores no Insta­gram pro­move de for­ma óbvia uma empre­sa de entre­ga de comi­da através do seu per­fil. É uma men­sagem sim­ples, mas poderosa: se essa empre­sa é boa para mim, provavel­mente tam­bém é boa para você. Aqui estão alguns descon­tos para que você pos­sa agir imediatamente.

Post no Instagram da influenciadora promovendo Foodpanda e descontos

Marketing de entrada e saída (inbound e outbound)

Out­ro par de tipos bási­cos de mar­ket­ing que podem ser usa­dos para descr­ev­er a maio­r­ia das táti­cas exis­tentes são o inbound e o out­bound mar­ket­ing. A primeira é sobre “puxar o cliente para você”, por exem­p­lo, fornecen­do con­teú­do útil para um poten­cial cliente, quan­do ele estiv­er pron­to a com­prar. O últi­mo sig­nifi­ca “empurrar a ofer­ta” de vol­ta para o cliente com uma men­sagem de “inter­rupção”, por exem­p­lo, o que con­hece­mos por publicidade.

Primeira foto: senhora dando boas-vindas ao homem. Foto abaixo: senhora com megafone gritando "compre" para um homem na rua

Por exem­p­lo, quan­do nós pre­tendemos atrair novos vis­i­tantes com um arti­go acer­ca de pro­moção por e‑mail, é mar­ket­ing de entra­da (inbound), se as pes­soas entrarem no arti­go através de um motor de busca.

Alguém pesquisando "alcance de e-mail" no Google e clicando no artigo da Ahrefs sobre SERP

Porém, quan­do lançamos uma cam­pan­ha de mar­ket­ing “pagar-por-clique” com anún­cios que apre­sen­tam o mes­mo arti­go, isso é mar­ket­ing de saí­da (out­bound). Isso acon­tece nor­mal­mente porque esta­mos entran­do em con­ta­to com poten­ci­ais clientes que podem não estar nec­es­sari­a­mente inter­es­sa­dos em nós ou pron­tos para saber mais.

Anúncio da Ahrefs promovendo o artigo "alcance por e-mail"

Marketing de conteúdo

O mar­ket­ing de con­teú­do é o proces­so de cri­ação e dis­tribuição de con­teú­do para atrair e reter clientes. Por con­teú­do, quero diz­er arti­gos escritos para blog, pod­casts, vídeos, info­grá­fi­cos, e‑books, etc.

A pro­moção por meio do mar­ket­ing de con­teú­do geral­mente envolve a sat­is­fação da neces­si­dade de um poten­cial cliente (por exem­p­lo, a neces­si­dade de resolver um prob­le­ma no tra­bal­ho, a neces­si­dade de entreten­i­men­to, etc.) ao mes­mo tem­po em que dá exposição ao pro­du­to ou marca.

Por exem­p­lo, a Trad­er Joe’s (uma rede de super­me­r­ca­dos amer­i­cana) encon­trou uma maneira de ofer­e­cer con­teú­do útil e diver­tido com pro­du­tos do dia a dia que os com­pradores podem encon­trar nas suas prateleiras. E está fazen­do isso em mais de uma forma:

Links para três tipos de conteúdo no catálogo do Trader Joe

O Trad­er Joe’s gera reg­u­lar­mente três tipos de con­teú­do no catál­o­go de ali­men­tos Fear­less Fly­er, que tam­bém é dis­tribuí­do impresso.

Por isso, não só “corre uma mil­ha extra” e prov­i­den­cia infor­mação sobre os pro­du­tos em pági­nas extrema­mente bem desen­hadas, mas tam­bém dá algu­ma inspi­ração acer­ca do que faz­er com os seus produtos:

Anotação da receita à esquerda. Imagem dos ingredientes à direita

Ao par­til­har receitas de refeições deli­ciosas, a Trad­er Joe’s tam­bém pro­move os seus produtos.

Dê uma olha­da nes­ta foto de um dos seus arti­gos no blog inti­t­u­la­da de “Dê um mer­gul­ho no ano novo” (tro­cadil­ho feito inten­cional­mente). Os per­son­agens prin­ci­pais aqui são dois potes de azeitonas. Porém, ao mostrá-los no con­tex­to de um deli­cioso mol­ho de azeitona (tam­bém há uma recei­ta para isso), as azeitonas ago­ra pare­cem excep­cional­mente saborosas, capazes de atrair poten­ci­ais clientes.

Molho de azeitona com pão

Através do seu mar­ket­ing de con­teú­do, o Trad­er Joe’s trans­for­mou com­pras abor­reci­das de super­me­r­ca­do em uma jor­na­da col­ori­da, diver­ti­da e apeti­tosa que fica mel­hor a cada pro­du­to que os seus clientes colo­cam nos carrinhos.

O con­teú­do do Trad­er Joe é um exem­p­lo de con­teú­do lid­er­a­do por pro­du­tos, sobre o qual falare­mos mais adiante.

Marketing de redes sociais e e‑mail

E‑mail e redes soci­ais, emb­o­ra bas­tante difer­entes entre si, par­til­ham uma ideia semel­hante den­tro do cam­po do mar­ket­ing: reunir uma audiên­cia e usar um canal de mar­ket­ing próprio para esta­b­ele­cer men­sagens diretas.

Por exem­p­lo, aqui está a mes­ma men­sagem dis­tribuí­da de duas maneiras difer­entes. Uma está pre­sente em um bole­tim infor­ma­ti­vo envi­a­do aos nos­sos assi­nantes via e‑mail; o segun­do é um tweet para os nos­sos seguidores no Twitter.

Trecho do boletim informativo da Ahrefs contendo uma breve descrição de um de seus artigos

Dessa for­ma, já percebe ago­ra a inter­seção de difer­entes tipos de mar­ket­ing aqui? Pode exi­s­tir mar­ket­ing de con­teú­do (o arti­go sobre estatís­ti­cas) mis­tu­ra­do com email mar­ket­ing; há tam­bém mar­ket­ing de con­teú­do mis­tu­ra­do com mar­ket­ing de redes soci­ais. Ao “mis­tu­rar” isso, podemos alcançar mais pes­soas com os nos­sos arti­gos em vez de ape­nas pub­licá-los dire­ta­mente no nos­so blog.

Marketing de crescimento

O últi­mo tipo de mar­ket­ing sobre o qual quero falar é uma adição bas­tante nova à “família”. O mar­ket­ing de cresci­men­to é o proces­so de aumen­tar a recei­ta de uma empre­sa apli­can­do uma abor­dagem integra­da e ori­en­ta­da por exper­i­men­tos apli­ca­dos a todas as eta­pas da atração de clientes.

Então, em vez de sim­ples­mente copi­ar o que fun­ciona para out­ros profis­sion­ais de mar­ket­ing ou se con­cen­trar em um só canal de mar­ket­ing, os profis­sion­ais de mar­ket­ing de cresci­men­to elab­o­ram hipóte­ses e ver­i­fi­cam-nas por meio de dados de exper­i­men­tos de mar­ket­ing. Por­tan­to, o mar­ket­ing de cresci­men­to pre­cisa de estar rece­ti­vo a qual­quer tipo de mar­ket­ing e a todos os canais de mar­ket­ing – des­de que fun­cionem e hajam dados para provar isso.

O que tam­bém é difer­ente aqui é que o mar­ket­ing de cresci­men­to, ao con­trário de algu­mas teo­rias mais tradi­cionais de mar­ket­ing, não atrai ape­nas pes­soas para um negó­cio. Tem como obje­ti­vo cuidar de todo o funil de mar­ket­ing. Então, partin­do desse pon­to de vista, um profis­sion­al de mar­ket­ing de cresci­men­to pode estar otimizan­do anún­cios no LinkedIn, mas em out­ro, ele pode estar trans­for­man­do o feed­back do cliente em ideias para mel­ho­rar as fun­cional­i­dades do produto.

Dê uma olha­da no exem­p­lo abaixo para ver como o mar­ket­ing de cresci­men­to pode ser difer­ente dos tipos que você viu aci­ma. Esse mod­e­lo demon­stra um ciclo de cresci­men­to que fun­ciona para o Notion, um aplica­ti­vo de pro­du­tivi­dade: cada novo usuário é uma chance de atrair (e/ou reter) out­ro usuário sem que a empre­sa pre­cise de ter cus­tos adi­cionais ou realizar out­ras ações.

Ciclo de crescimento de 4 etapas para negócios SaaS: atrair novos usuários, ativar usuários, reter usuários e, em seguida, criar modelos

Três dicas de marketing de uma empresa com uma receita recorrente anual de oito dígitos

Tudo o que dis­cu­ti­mos até ago­ra pode soar como teo­rias bási­cas de mar­ket­ing. Mas não se engane nesse pon­to – essas coisas fun­cionam. Veja como a apli­cação de alguns dos princí­pios aci­ma aju­dou a Ahrefs a se tornar uma empre­sa bem-suce­di­da com uma recei­ta recor­rente anu­al (ARR) de oito dígitos.

Dica 1. O marketing depende do produto mais do que tudo o resto

A eficá­cia do mar­ket­ing depende de muitos fatores, por exem­p­lo, o orça­men­to, quão bem uma empre­sa se desta­ca da con­cor­rên­cia e se a empre­sa está a comu­nicar para o públi­co cer­to. Mas aci­ma de tudo, o mar­ket­ing baseia-se no princí­pio de que, se você se lem­brar dos qua­tro Ps do mar­ket­ing que falam­os aqui, é o produto.

Porquê?

  • O mar­ket­ing não pode efe­ti­va­mente pro­mover algo que o pro­du­to não entre­ga, ou seja, o mar­ket­ing tem que ser basea­do no que o pro­du­to real­mente ofer­ece e não em hipóteses.
  • Espera-se que o mar­ket­ing gere clientes, mas a men­sagem que o mar­ket­ing cria não é o úni­co fator que um poten­cial cliente leva em con­sid­er­ação. O mar­ket­ing pode dire­cionar alguém para um pro­du­to, con­tu­do a decisão final da pes­soa provavel­mente depen­derá da fun­cional­i­dade e do preço desse pro­du­to, em primeiro lugar.
  • As pes­soas não pre­cisam mais de con­fi­ar no mar­ket­ing para apren­der sobre um pro­du­to. Antes de com­prar qual­quer coisa, elas podem ver­i­ficar as avali­ações do pro­du­to ou ver o que out­ras pes­soas dizem nas redes soci­ais. Isso está rela­ciona­do com a importân­cia de ter um bom pro­du­to em sua posse.

Na Ahrefs, garan­ti­mos que o nos­so pro­du­to se ade­quasse ao mer­ca­do antes de con­tratar o primeiro profis­sion­al de mar­ket­ing a tem­po inte­gral. Naque­la época, o pro­du­to cresceu prin­ci­pal­mente graças ao boca a boca de clientes sat­is­feitos e opiniões de espe­cial­is­tas que ficaram impres­sion­a­dos com o que viram. Até hoje, o boca a boca é um dos nos­sos três prin­ci­pais canais de aquisição de clientes.

Enquete no Facebook onde as pessoas preferem o Ahrefs ao SEMrush

Ape­nas uma das muitas enquetes onde as pes­soas votam no nos­so pro­du­to. Fonte: <ahref=“https://www.facebook.com/groups/SEOSignalsLab/permalink/2612802659037180/”>SEO Sig­nals Lab.

O nos­so ajuste de pro­du­to ao mer­ca­do tam­bém nos per­mite inve­stir em mar­ket­ing de con­teú­do com mais con­fi­ança. Isso con­duz-nos até à próx­i­ma dica.

Dica 2. Crie conteúdo liderado pelo produto para efeitos de SEO

Para cri­ar con­teú­do lid­er­a­do pelo pro­du­to sig­nifi­ca traduzir o seu pro­du­to em dicas acionáveis para o seu público.

Con­sidere a escala abaixo, que nós usamos para clas­si­ficar ideias de tópi­cos de con­teú­do. Con­teú­do lid­er­a­do pelo pro­du­to é basi­ca­mente con­teú­do que obtém pelo menos “1” nes­sa escala:

Tabela com pontuações de 3 a 0. E explicação dos critérios para atender a cada pontuação.

Em ger­al, não existe nada de erra­do com con­teú­do não dire­ta­mente rela­ciona­do com o pro­du­to, uma vez que pode ofer­ece uma vas­ta gama de ideias de tópi­cos com um tráfego poten­cial considerável.

  • Podemos mostrar nat­u­ral­mente o nos­so pro­du­to em cada peça de con­teú­do: como ele se parece, como fun­ciona e para que pode ser usa­do. E podemos faz­er tudo isso em um con­tex­to famil­iar ao leitor.
  • Esse esti­lo de con­teú­do pode servir a mais propósi­tos quan­do se tra­ta do funil de mar­ket­ing. O mes­mo arti­go pode ser uma for­ma efi­caz de atrair vis­i­tantes e reter clientes.

E, final­mente, cri­ar con­teú­do ori­en­ta­do para pro­du­tos para SEO sig­nifi­ca desen­volver con­teú­do com a pesquisa orgâni­ca como o prin­ci­pal canal de dis­tribuição em mente. No jargão de mar­ket­ing, o tipo de con­teú­do pro­je­ta­do para clas­si­ficar nos mecan­is­mos de pesquisa e atrair pes­soas que pesquisam nas pági­nas dos mecan­is­mos de pesquisa é chama­do de con­teú­do de SEO.

Esse tipo de con­teú­do traz vários bene­fí­cios, mas por uma questão de bre­v­i­dade no que quer­e­mos diz­er, aqui ficam os dois principais:

  • Con­teú­do de SEO gera tráfego de for­ma prati­ca­mente gra­tui­ta, con­sis­tente e pas­si­va prove­niente dos mecan­is­mos de busca.
  • Pesquisadores estão recep­tivos a apren­der mais, uma vez que o con­teú­do responde aos obje­tivos das suas pesquisas.

Vamos ilus­trar os resul­ta­dos dessa táti­ca: atual­mente, só o con­teú­do do nos­so blog gera mais de 340 mil vis­i­tas orgâni­cas por mês. Se quisésse­mos ger­ar a mes­ma quan­ti­dade de tráfego por meio de anún­cios pagos, pre­cis­aríamos gas­tar quase $540 mil por mês.

Visão geral do Explorador de Websites do blog da Ahrefs

Dados através do Explo­rador de Web­sites da Ahrefs.

Dica 3. Experimente, avalie e escale o que está a funcionar

Como você deve ter nota­do, na Ahrefs, focamos prin­ci­pal­mente no mar­ket­ing de con­teú­do, porém isso não sig­nifi­ca que não exe­cu­ta­mos out­ros tipos de mar­ket­ing. Na ver­dade, exper­i­men­ta­mos sem­pre que há uma chance de apren­der­mos algo novo ou mel­ho­rar­mos algo que já é uma táti­ca comu­mente usada.

Por que isso é relevante:

  1. O que fun­ciona para alguns pode não fun­cionar para out­ros — Por­tan­to, não ape­nas é acon­sel­háv­el seguir qual­quer con­sel­ho de mar­ket­ing com algum sen­ti­men­to de dúvi­da, mas tam­bém é impor­tante tes­tar as coisas por con­ta própria.
  2. É difí­cil con­seguir que tudo dê na primeira vol­ta — E você não deve forçar para que isso acon­teça. Um proces­so grad­ual de atin­gir os seus obje­tivos de mar­ket­ing é, por nor­ma, a mel­hor abordagem.
  3. Ten­tar algo novo na práti­ca é por nor­ma uma mel­hor maneira de resolver prob­le­mas — Isto com­para­n­do com a práti­ca de só ter con­ver­sas teóri­c­as com os seus cole­gas e conhecidos.

Ain­da assim, faça o que fiz­er, é cru­cial medir o resul­ta­do no fim. Assim como o vel­ho dita­do de negó­cios diz: o que você não pode medir, você não pode mel­ho­rar. Por exem­p­lo, vejamos o grá­fi­co abaixo que mostra o tráfego orgâni­co de um dos nos­sos arti­gos do blog. Se não tivésse­mos medi­do o desem­pen­ho do post, não poderíamos tê-lo mel­ho­ra­do. Con­se­quente­mente, teríamos per­di­do muito tráfego e, con­se­quente­mente, poten­ci­ais clientes.

Gráfico de linhas mostrando o salto no tráfego orgânico após a atualização do post

O resto do proces­so é bas­tante sim­ples. Se fun­cionar, comece a fazê-lo reg­u­lar­mente. E se fun­cionar a lon­go pra­zo, faça mais.

É uma regra sim­ples, mas às vezes pas­sa des­perce­bi­da. Os profis­sion­ais de mar­ket­ing ten­dem a se dis­trair do que é impor­tante, atraí­dos pelas últi­mas tendên­cias, fican­do tam­bém ficam muito con­sum­i­dos pela perseguição diária de cumprir com todos os indi­cadores de per­for­mance (KPIs).

Considerações finais

Vamos resumir rap­i­da­mente o que dis­cu­ti­mos neste arti­go. Em primeiro lugar, ao con­trário da crença pop­u­lar, o mar­ket­ing não é ape­nas pro­mover um pro­du­to. Tra­ta-se tam­bém de co-cri­ar o pro­du­to com base em pesquisas de mer­ca­do e opiniões do usuário.

Em segun­do lugar, o mar­ket­ing é tipi­ca­mente um proces­so que conec­ta o públi­co cer­to com o tipo cer­to de pro­du­to, como uma espé­cie de “match­mak­ing”. O mar­ket­ing tam­bém não ter­mi­na a par­tir do momen­to em que con­verte um vis­i­tante em um cliente. Algu­mas táti­cas de mar­ket­ing per­mi­tirão que você man­ten­ha os seus clientes, incen­ti­van­do-os a voltar e incen­ti­van­do-os a recomen­dar a sua empre­sa a out­ras pessoas.

Final­mente, não há um só tipo de mar­ket­ing. Exis­tem difer­entes tipolo­gias que você provavel­mente deve exper­i­men­tar para ver o que pode faz­er mel­hor e o que tipo ofer­e­cerá os mel­hores resul­ta­dos para o seu negó­cio. Nesse sen­ti­do, esper­amos que os nos­sos ensi­na­men­tos sobre as três coisas mais sim­ples, mas poderosas que fun­cionaram para a Ahrefs, inspirem você.

Por­tan­to, quais são os próx­i­mos pas­sos a seguir? Se você pre­cisa de um plano que guie os seus esforços de mar­ket­ing, isso sig­nifi­ca que você pre­cisa de uma estraté­gia. Por isso, você pode apren­der como fazê-lo neste guia de cin­co eta­pas. E se quis­er acel­er­ar o seu proces­so de apren­diza­gem, exper­i­mente estes 17 cur­sos gra­tu­itos online para apren­der mar­ket­ing dig­i­tal.

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