5 Atividades de Marketing Poderosas: Ensinamentos de Marcas com Sucesso

5 Atividades de Marketing Poderosas: Ensinamentos de Marcas com Sucesso

Mateusz Makosiewicz
Investigador de marketing e educador da Ahrefs. Mateusz tem mais de 10 anos de experiência em marketing adquirida em agências, SaaS e empresas de hardware. Quando não está a escrever, ele compõe música ou faz longas caminhadas.
    Ativi­dades de mar­ket­ing são ações que um indi­ví­duo ou uma orga­ni­za­ção ini­ci­am para atin­gir obje­tivos de mar­ket­ing em específico.

    Exis­tem provavel­mente tan­tas ativi­dades de mar­ket­ing quan­to obje­tivos. É difí­cil avaliar estas ativi­dades “tal como elas são”, uma vez que a sua efi­ciên­cia depende em como elas são apli­cadas e para que mercado. 

    Ain­da assim, exis­tem algu­mas ativi­dades que pare­cem destacar-se mais que out­ras, pelo fac­to de traz­erem exce­lentes resul­ta­dos para algu­mas empre­sas, per­manecen­do, por isso, inde­strutíveis aos testes com o pas­sar do tempo.

    Neste arti­go, vou mostrar cin­co destas ativi­dades de mar­ket­ing e cin­co empre­sas que as tes­taram na vida real, isto é, na práti­ca. Uma vez que cada uma destas ativi­dades pode ser um arti­go por si só (ou um livro!), vou-me focar em explicar porque elas são dig­nas do seu tem­po e atenção. 

    Aqui ficam elas: 

    Encon­trar o ajuste do pro­du­to ao mer­ca­do (PMF, em inglês) sig­nifi­ca ter a certeza de que o pro­du­to sat­is­faz uma procu­ra exis­tente no mer­ca­do em causa, com um ele­va­do poten­cial. Basi­ca­mente, um sinal rev­e­lador de alcançar o ajuste do pro­du­to ao mer­ca­do é quan­do as pes­soas estão efe­ti­va­mente dis­postas a com­prá-lo, usá-lo ati­va­mente e recomendá-lo a out­ras pessoas.

    Alguns podem pen­sar que ajus­tar o pro­du­to ao mer­ca­do está fora das respon­s­abil­i­dades de mar­ket­ing ou que é irrel­e­vante para a prestação do depar­ta­men­to. Porém, esta visão não pode­ria estar mais desajus­ta­da da real­i­dade. Exis­tem duas razões para isso: 

    1. Sem pesquisa de mer­ca­do, é improváv­el que uma empre­sa pos­sa cri­ar um óti­mo pro­du­to que aten­da às neces­si­dades e dese­jos dos consumidores.
    2. Sem esse pro­du­to, nen­hu­ma táti­ca de mar­ket­ing pode ger­ar deman­da sufi­ciente para sus­ten­tar uma empresa.

    É um pouco óbvio se olhar­mos para isto do pon­to de vista do con­sum­i­dor. Uma empre­sa ten­ta vender um novo tipo de car­ro movi­do a hidrogênio, mas não exis­tem estações de hidrogênio por per­to. Se este for o caso, que tipo de mar­ket­ing poderá con­vencer o cliente a com­prar esse tipo de car­ro? Este pro­du­to sim­ples­mente não se irá ade­quar ao mercado.

    É por isso que alcançar a ade­quação do pro­du­to ao mer­ca­do impor­ta, de fac­to. Sem isso, você não pode con­stru­ir um cresci­men­to sus­ten­táv­el e faz­er escalar algo que, sim­ples­mente, não faz sen­ti­do exi­s­tir. Só irá gas­tar tem­po e muito dinheiro. 

    Por out­ras palavras, uma ade­quação do pro­du­to ao mer­ca­do é, para qual­quer negó­cio, uma base de extrema importância. 

    Exis­tem essen­cial­mente cin­co pas­sos para alcançar o ajuste do pro­du­to ao mer­ca­do (PMF). O ele­men­to cen­tral desse proces­so de cin­co pas­sos é con­stru­ir um pro­du­to mín­i­mo viáv­el (MVP, em inglês). 

    Um “MVP” é um “pro­du­to em fase de desen­volvi­men­to”, onde você tes­ta se a fun­cional­i­dade prin­ci­pal e chave do pro­du­to con­segue sat­is­faz­er a deman­da do mer­ca­do através da inter­ação com usuários reais. 

    Foi assim que o Spo­ti­fy começou – um negó­cio avali­a­do hoje em $54 bilhões. 

    Ao invés de optarem por um lança­men­to do pro­du­to a toda a força, um pro­du­to per­feito com todas as fun­cional­i­dades que os con­sum­i­dores son­ham ter à sua dis­posição, a Spo­ti­fy decid­iu desen­volver um “MVP” e testá-lo à semel­hança de um cien­tista quan­do tes­ta uma hipótese. 

    É por isso tam­bém que este desen­ho metafóri­co gan­hou vida, obten­do uma lição impor­tante desse processo. 

    Por­tan­to, aqui fica como con­stru­ir um pro­du­to mín­i­mo viável:

    Tradução: Um MVP/produto mín­i­mo viáv­el (ou o “primeiro pro­du­to testável/utilizável/adorável”, como o ilustrador des­ta foto pref­ere chamá-lo) é ofer­e­cer a ver­são mais anti­ga de um pro­du­to que pode sat­is­faz­er as neces­si­dades dos usuários e tra­bal­har iter­a­ti­va­mente até algo óti­mo surgir.

    Isto opõe-se a entre­gar algo grande, uma peça de cada vez.

    No caso da Spo­ti­fy, aqui fica como o skate, “metafori­ca­mente falan­do”, se parecia:

    Este “MVP” foi con­ce­bido para tes­tar a ideia de trans­mis­são de músi­ca (stream­ing) e a sua prestação no mun­do da tec­nolo­gia fei­ta para o con­sum­i­dor final. 

    A equipa não pre­cisou de realizar pesquisas de mer­ca­do com­plexas para tes­tar ess­es aspetos. Ini­cial­mente, os mem­bros da equipa só pre­cisavam de algum feed­back da família e dos ami­gos. Depois, levaram aque­le pro­du­to mín­i­mo viáv­el para as gravado­ras e con­vence­r­am-nos a colo­car músi­ca na plataforma.

    Conclusão

    Encon­tre o mer­ca­do cer­to para o pro­du­to antes de escalar qual­quer out­ra oper­ação. E isso inclui mar­ket­ing. O mer­ca­do sem­pre vence e você pode econ­o­mizar muito tem­po e din­heiro apren­den­do o que ele “quer”, o mais rápi­do pos­sív­el – tal como o Spo­ti­fy fez.

    Incen­ti­var o “boca a boca” ref­ere-se ao mar­ket­ing boca a boca (WOMM), ou seja, o proces­so de influ­en­ciar e incen­ti­var dis­cussões nat­u­rais sobre um pro­du­to, serviço ou empre­sa. Sim­pli­f­i­can­do, incen­ti­var o boca a boca é dar às pes­soas uma razão para falar sobre você.

    Só para estar­mos na mes­ma pági­na quan­to a este assun­to, o boca a boca não é uma teo­ria de mar­ket­ing anti­qua­da. Esta­mos a falar de estu­dos recentes que com­pro­vam o efeito das recomen­dações de ami­gos e famil­iares no com­por­ta­men­to do con­sum­i­dor final.

    Além dis­so, não vamos esque­cer que a era dig­i­tal nos deu for­mas novas e men­su­ráveis de mar­ket­ing boca a boca:

    • Con­ver­sações e par­til­has nas redes sociais
    • Avali­ações de usuários em web­sites como G2, Capter­ra, etc.
    • Con­teú­do ger­a­do pelo usuário acer­ca de mar­cas e respetivos pro­du­tos (por exem­p­lo, fotografias no Insta­gram com um hash­tag alu­si­va à marca)

    O boca a boca é um poderoso canal de mar­ket­ing que pode tornar-se impre­scindív­el. No entan­to, não está total­mente fora do seu con­t­role. Porque, emb­o­ra os profis­sion­ais de mar­ket­ing não pos­sam con­tro­lar o que as pes­soas dizem sobre as suas mar­cas, eles podem inspi­rar con­ver­sas rela­cionadas à mar­ca e até mes­mo pro­mover recomendações.

    Tudo se rela­ciona, no final de con­tas, com encan­tar usuários com o seu pro­du­to e espal­har exper­iên­cias pos­i­ti­vas.

    E vale a pena. Muitas empre­sas usaram este canal para crescer e suster os seus negó­cios: Tes­la, Github, Ever­note, Uber, etc. Exis­tem demasi­adas para men­cionar neste sen­ti­do, por isso, boca a boca pos­i­ti­vo é um dos sinais mais impor­tantes para alcançar o ajuste do pro­du­to ao mer­ca­do (PMF), tal como dis­cu­ti­do na secção anterior. 

    Feliz­mente, nós podemos falar por exper­iên­cia própria. A Ahrefs é uma empre­sa de oito dígi­tos de lucro recor­rente anu­al e o mar­ket­ing boca a boca é um dos três prin­ci­pais canais de aquisição de clientes. 

    Por­tan­to, como incen­ti­va­mos e influ­en­ci­amos o boca a boca? O com­po­nente mais impor­tante é o pro­du­to. Para muitas pes­soas, a Ahrefs é a fer­ra­men­ta de SEO preferi­da. Alguns gostam tan­to da Ahrefs que dizem coisas como: 

    É por isso que nun­ca paramos de mel­ho­rar o Ahrefs. As pes­soas veem isso e apre­ci­am nos­so esforço o sufi­ciente para recomen­dar as nos­sas fer­ra­men­tas a out­ras pessoas:

    E se você tem um pro­du­to com­plexo como o nos­so, tam­bém pre­cisa de se esforçar muito para edu­car o seu públi­co. E é isso que faze­mos com os nos­sos arti­gos e vídeos neste blog, no nos­so canal do YouTube e através da nos­sa Acad­e­mia. Ess­es tipos de con­teú­do tam­bém são uma maneira tes­ta­da e com­pro­va­da de inspi­rar o mar­ket­ing boca a boca:

    Isto faz com que criemos exper­iên­cias pos­i­ti­vas através do mar­ket­ing. Estas exper­iên­cias cati­vam os nos­sos clientes e seguidores, aju­dan­do a garan­tir que essas exper­iên­cias são par­til­hadas coletivamente. 

    Um exem­p­lo dis­to é entre­gar às pes­soas mer­chan­dis­ing gratuitamente: 

    Gestos como este podem ser vis­tos mais tarde através de blogs impor­tantes de um nicho em par­tic­u­lar e men­ciona­dos em con­ver­sas nas redes sociais: 

    Ao mes­mo tem­po, faz­er algo impor­tante ou alta­mente rec­om­pen­sa­do pelo públi­co-alvo pode espal­har-se rápido:

    https://www.facebook.com/steve.toth.jr/posts/10159575345113399

    Conclusão

    O mar­ket­ing boca a boca tem sido a chave para o suces­so de muitas empre­sas – e não é coin­cidên­cia. As recomen­dações dos clientes têm um peso de ouro e os úni­cos “cus­tos” são mel­ho­rar o seu pro­du­to, edu­car o seu públi­co sobre ele e deixar um lega­do de exper­iên­cias positivas. 

    Todos os profis­sion­ais de mar­ket­ing enfrentam o mes­mo prob­le­ma: como atrair pes­soas e con­vertê-las em clientes. Claro, não existe um cam­in­ho lin­ear para isso acon­te­cer, mas existe um tipo de mar­ket­ing que se aprox­i­ma bas­tante, que é o mar­ket­ing de conteúdo. 

    Porque mar­ket­ing de con­teú­do pode faz­er essas três coisas ao mes­mo tem­po, entre outras:

    1. Con­duzir o funil de mar­ket­ing por completo 
    2. Traz­er resul­ta­dos compostos
    3. Reforçar-se a si mesmo

    Vamos apro­fun­dar estes aspetos usan­do, como exem­p­lo, a “máquina” (estru­tu­ra mon­ta­da) de mar­ket­ing de con­teú­do aqui na Ahrefs.

    Ao con­duzir o funil de mar­ket­ing por com­ple­to, desco­b­ri­mos que o nos­so con­teú­do em for­ma de arti­gos de blog, vídeos, lis­tas com dicas, etc., serve difer­entes propósi­tos quan­do diz respeito a comu­nicar com o nos­so público-alvo. 

    Por um exem­p­lo, um arti­go no blog pode ger­ar inter­esse ao traz­er pes­soas para a Ahrefs através de uma pesquisa fei­ta em um motor de busca.

    Out­ra peça de con­teú­do, por exem­p­lo como um vídeo, talvez pos­sa mostrar o proces­so pas­so a pas­so de como resolver um prob­le­ma de SEO e, por con­se­quên­cia, atrair mais pes­soas inter­es­sadas no pro­du­to da Ahrefs – even­tual­mente, ten­tan­do-as a experimentar.

    E isto tor­na-se ain­da mel­hor. Com fre­quên­cia, uma úni­ca peça de con­teú­do pode servir difer­entes fas­es do funil: 

    Indisc­u­tivel­mente, a coisa mais poderosa sobre esse con­teú­do é o seu poten­cial para atrair pes­soas de mecan­is­mos de bus­ca como o Google. Isto pode-se traduzir em enormes quan­ti­dades de tráfego orgâni­co e, claro, um poten­cial de opor­tu­nidades de negó­cio considerável.

    Como a pesquisa orgâni­ca é um canal de mar­ket­ing cru­cial para nós e para muitas out­ras empre­sas, vamos ver como fun­ciona para o pro­du­to da Ahrefs em pou­cas palavras:

    1. Nós cri­amos con­teú­do otimiza­do (SEO) basea­do na deman­da de pesquisa e no val­or de negó­cio de um tópi­co em particular. 
    2. Alguém pesquisa uma solução para um prob­le­ma de SEO ou mar­ket­ing em ger­al através de um motor de bus­ca como o Google.
    3. Se o nos­so con­teú­do estiv­er bem clas­si­fi­ca­do o sufi­ciente, as pes­soas leem/consomem o con­teú­do que mostra como resolver o prob­le­ma através do nos­so produto. 
    4. Se o con­teú­do for con­vin­cente, pos­sivel­mente fará as pes­soas quer­erem tes­tar o nos­so produto. 

    Deman­da de pesquisa e val­or de negó­cio, men­ciona­do no primeiro pon­to, são aspetos abso­lu­ta­mente vitais para o suces­so de toda a oper­ação. Sem eles, não teríamos pes­soas sufi­cientes para encon­trar a nos­sa mar­ca através de con­teú­do e, por isso, não estaríamos aptos a demon­strar o poten­cial do nos­so pro­du­to adequadamente.

    Isto nos leva aos resul­ta­dos, ou mel­hor, aos resul­ta­dos com­pos­tos do mar­ket­ing de con­teú­do. Por meio da pub­li­cação sis­temáti­ca de con­teú­do, os nos­sos arti­gos de blog ger­am cer­ca de 326,7 mil vis­i­tas por mês – e isso é ape­nas com a pesquisa orgânica.

    Dados através do Explo­rador de Web­sites da Ahrefs.

    Todo e qual­quer novo arti­go que pub­li­camos acres­cen­ta ao resul­ta­do final da efi­ciên­cia da nos­sa “máquina”. E por isso um arti­go pub­li­ca­do há duas sem­anas atrás irá traz­er novo tráfego, acres­cen­tan­do ao tráfego ger­a­do por um blog pub­li­ca­do há vários anos atrás. 

    Por exem­p­lo, este arti­go acer­ca das pesquisas de topo no Google foi pub­li­ca­do em 2017 e, ain­da hoje, gera tráfego. 

    O ter­ceiro bene­fí­cio espe­cial do mar­ket­ing de con­teú­do é que ele tem a capaci­dade de se reforçar. Ou seja, é mais fácil obter resul­ta­dos quan­to mais você faz e exe­cu­ta, porque cada ação adi­cional que real­iza aumen­ta o impulso.

    Os profis­sion­ais de mar­ket­ing chamam isto de “efeito volante”. O primeiro empurrão é o mais difí­cil, mas à medi­da que a “roda” cria impul­so, esse mes­mo empurrão fará a roda girar muito mais rápi­do (ou seja, pense em como fun­ciona um girador de salada).

    Para ilus­trar este pon­to de vista, isto é o que acon­tece quan­do você investe em mar­ket­ing de con­teú­do a longo-prazo:

    1. Se o seu con­teú­do for bom, as pes­soas recomen­darão, trazen­do mais leitores. As hipóte­ses são que o mes­mo grupo de pes­soas voltará de novo ao seu blog para ler o próx­i­mo artigo. 
    2. Ago­ra o seu vol­ume de leitores está a crescer. Cada pub­li­cação nova tem um maior poten­cial de alcance do que a ante­ri­or, uma vez que cap­i­tal­iza através do grupo de leitores pas­sa­dos e traz novos leitores, por sua vez, através dos mecan­is­mos de pesquisa (SERPs).
    3. Uma coisa nova acon­tece. Alguém conec­ta para o seu con­teú­do através do seu web­site. Por isso, nesse momen­to, você já está receben­do back­links, que são, sem dúvi­da, o prin­ci­pal fator de clas­si­fi­cação. Como resul­ta­do, o seu con­teú­do tem uma clas­si­fi­cação mais alta nos mecan­is­mos de pesquisa, trazen­do mais vis­i­tantes e con­stru­in­do autori­dade no tópi­co (out­ro fator de clas­si­fi­cação importante).
    4. À medi­da que o con­teú­do em causa con­quista back­links e clas­si­fi­ca cada vez mais alto, vai sem­pre obten­do mais links, uma vez que cada vez mais pes­soas estarão dis­postas a lig­arem-se com uma pági­na que tem uma clas­si­fi­cação alta. 
    5. Ago­ra você pode vin­cu­lar o seu con­teú­do anti­go para um novo con­teú­do, trans­mitin­do o val­or do link. Seu con­teú­do é clas­si­fi­ca­do mais alto e obtém mais leitores. Ess­es leitores trarão novos leitores e novos links. O ciclo con­tin­ua e o chama­do “efeito volante” con­quista impul­so e noto­riedade. Não vamos esque­cer: novos vis­i­tantes sig­nifi­cam novos poten­ci­ais clientes.

    Claro, é mais fácil dito do que feito. Porém, é assim que o mar­ket­ing de con­teú­do con­tribuiu para faz­er da Ahrefs aqui­lo que é hoje. Se quis­er apren­der mais acer­ca de como con­stru­ir uma “máquina” de mar­ket­ing de con­teú­do como a nos­sa, veja estes guias:

    Conclusão

    Mar­ket­ing de con­teú­do pode ser poderoso; pode até fun­cionar iso­lada­mente, como uma táti­ca de mar­ket­ing autossus­ten­táv­el. Con­teú­do per­mite que atra­ia novos clientes, inter­a­ja com os seus con­tac­tos exis­tentes e eduque os seus clientes atu­ais – por vezes com uma só peça de con­teú­do. Fun­ciona mel­hor quan­do você exe­cu­ta mar­ket­ing de con­teú­do com a intenção de pesquisas orgâni­cas em mente. 

    Se você já se per­gun­tou quan­to uma comu­nidade con­struí­da em torno de uma mar­ca e seus pro­du­tos pode valer para um negó­cio, a Adobe respon­deu isso em 2012 ao adquirir o Behance por cer­ca de US$ 150 milhões.

    Foi quan­to a Adobe, cri­ado­ra do Pho­to­shop, pagou para “trans­plan­tar” uma platafor­ma que havia reunido 1 mil­hão de usuários ativos e ger­a­do 90 mil­hões de visu­al­iza­ções de pro­je­tos mensalmente.

    Então, que tipo de bene­fí­cios uma comu­nidade como o Behance pode­ria ofer­e­cer a esse gigante do software?

    Número um: ati­var e reter usuários. Vamos dar o pal­co ao Hei­di Volt­mer, dire­tor de de mar­ket­ing de pro­du­to na Adobe na altura, para explicar o porquê da empre­sa estar à procu­ra de uma solução como o Behance:

    Temos fer­ra­men­tas, temos serviços e, se você tem todas essas coisas, tam­bém pre­cisa de inspi­ração, pre­cisa de obter esse inter­esse. Ao traz­er o Behance para a Adobe, esta­mos a com­ple­tar a nos­sa ofer­ta, tor­nan­do este um des­ti­no úni­co para profis­sion­ais criativos.

    Inspi­rar pes­soas a usar um pro­du­to (isto é, ati­van­do e retendo usuários à pos­te­ri­ori) é um prob­le­ma comum rela­ciona­do com fer­ra­men­tas de pro­du­tivi­dade e os pro­du­tos da Adobe não são uma exceção à regra.

    A Adobe tin­ha as mel­hores fer­ra­men­tas de design grá­fi­co no mer­ca­do, mas mes­mo assim ain­da esta­va a fal­tar algo para faz­er com que as pes­soas usassem essas fer­ra­men­tas mais fre­quente­mente e de for­ma mais eficiente. 

    Uma comu­nidade de usuários é uma boa solução para isso. Cada pro­je­to novo car­rega­do na platafor­ma pode inspi­rar várias pes­soas a usar os pro­du­tos da Adobe, enco­ra­jan­do-as a car­regar o seu tra­bal­ho novo tam­bém. Isto, em con­tra­parti­da, enriquece a platafor­ma com con­teú­do ger­a­do pelos usuários, poten­cial­mente inspi­ran­do mais seg­men­tos de clientes. 

    E esta­mos a falar aqui de uma par­til­ha infini­ta de con­teú­do ger­a­do pelos usuários:

    Número dois: mar­ca. Des­de que a Adobe detém a Behance, pode inserir o seu logótipo e pro­mover os seus pro­du­tos em locais estratégi­cos e pen­sa­dos. Aqui ficam alguns exem­p­los, começan­do por um e‑mail de boas-vindas:

    Enquan­to cri­ar uma con­ta no Behance é gra­tu­ito, a Adobe ten­ta colo­car os usuários no cam­in­ho da con­ver­são o mais rap­i­da­mente pos­sív­el. Ao clicar no link da imagem aci­ma, os usuários são dire­ciona­dos para uma pági­na onde podem cri­ar (e mostrar) os seus port­fólios, algo que é com­ple­ta­mente gra­tu­ito ao sub­scr­ev­er o plano pago da Adobe (a Adobe Cre­ative Cloud): 

    Depois, na platafor­ma do Behance em si, existe um número enorme de pon­tos de refer­ên­cia à mar­ca da Adobe: 

    Quan­do jun­ta­mos ape­nas o tráfego orgâni­co que esta platafor­ma recebe atual­mente, sus­peita­mos que o Behance vale ain­da mais do que o que a Adobe pagou por ele.

    Dados através do Explo­rador de Web­sites da Ahrefs.

    Se você obser­var out­ras comu­nidades de mar­ca, encon­trará out­ros bene­fí­cios ao con­struí-las. O Behance é um exem­p­lo de comu­nidade foca­da em mostrar tra­bal­hos, mas quan­do uma comu­nidade está foca­da em con­ver­sas e par­til­ha de ideias sobre um pro­du­to, isso per­mite que a marca:

    • Obten­ha opiniões de qual­i­dade sobre novos pro­du­tos e fun­cional­i­dades que ven­ham a ser lançadas. 
    • Con­quis­tar um canal de mar­ket­ing adi­cional. Mar­cas podem conec­tar com usuários dire­ta­mente através destas platafor­mas e as men­sagens podem ir para além da platafor­ma, de for­ma a incen­ti­var o boca a boca noutros locais (redes soci­ais, fóruns, etc.). 
    • Ofer­e­cer val­or acres­cen­ta­do sob o pro­du­to ou serviço. Por exem­p­lo, se um usuário tem um prob­le­ma, um pedi­do ou uma ideia, eles podem obter opiniões (feed­back) de out­ros usuários den­tro dessa comunidade. 

    Conclusão

    Para a Adobe, uma comu­nidade conec­ta­da à sua mar­ca cus­tou $150 mil­hões. E a Adobe não é a úni­ca empre­sa que investiu ard­u­a­mente nes­ta rec­om­pen­sa do mar­ket­ing. Uma comu­nidade com uma mar­ca por detrás pode ser fonte de inúmeros bene­fí­cios. Estes incluem dar à empre­sa a habil­i­dade de mon­e­ti­zar tráfego, obter opiniões valiosas e con­quis­tar um novo e dire­to canal de marketing. 

    A pesquisa de mer­ca­do é o proces­so de cole­tar, anal­is­ar e inter­pre­tar infor­mações sobre um deter­mi­na­do mer­ca­do. É assim que os profis­sion­ais de mar­ket­ing obtêm dados cru­ci­ais para a sua estraté­gia de mar­ket­ing, por exem­p­lo, per­speti­vas sobre poten­ci­ais clientes, sobre a con­cor­rên­cia e as tendên­cias do setor.

    A importân­cia de pesquisa de mer­ca­do é difí­cil de subes­ti­mar. Dados são poder e isso não é difer­ente quan­do diz respeito a marketing. 

    De fac­to, vou colo­car o cenário des­ta for­ma: Dados analíti­cos devem ser o pon­to de par­ti­da para qual­quer decisão – e se não tiv­er dados sufi­cientes para tomarem uma decisão e pro­gredir, então, o próx­i­mo dev­erá ser obter dados primeiro. 

    Aqui ficam alguns méto­dos pop­u­lares de como alcançar isso: 

    • Entre­vis­tas – Orga­nize dis­cussões cara a cara com os seus usuários, poten­ci­ais clientes e out­ras pes­soas com infor­mações sobre o seu mer­ca­do (por exem­p­lo, distribuidores).
    • For­mulários – Um dos méto­dos de pesquisa de mer­ca­do mais pop­u­lares e econômi­cos, muitas vezes feito via online. As pesquisas envolvem anális­es sobre coisas como a con­veniên­cia dos recur­sos que estão a ser usa­dos e a sat­is­fação do usuário.
    • Análise com­pet­i­ti­va – Ao anal­is­ar os seus con­cor­rentes, você pode rap­i­da­mente encon­trar o que fun­ciona no seu mer­ca­do e o que não fun­ciona, por out­ro lado. Para­le­la­mente, os seus con­cor­rentes são exce­lentes ter­mos de comparação. 
    • Dados com­er­ci­ais – Pense em relatórios de mer­ca­do e per­speti­vas (insights) do setor. Você pode apren­der coisas como o taman­ho do seu mer­ca­do, tendên­cias e insights de pes­soas envolvi­das no seu setor.

    Vamos ver em maior detal­he o que falo aci­ma e olhar para as ferramentas/recursos que pode usar através do nos­so guia sobre pesquisa de mer­ca­do.

    Quan­do se tra­ta de empre­sas que devem o seu suces­so à pesquisa de mer­ca­do, a LEGO é um exem­p­lo real­mente notáv­el. Em uma das suas pesquisas mais recentes, a empre­sa desco­briu que ape­nas 9% dos seus usuários são do sexo fem­i­ni­no. A LEGO enten­deu que esta­va a abor­dar esse seg­men­to de mer­ca­do de for­ma erra­da há várias décadas. 

    Mas como um prob­le­ma é uma opor­tu­nidade dis­farça­da para mel­ho­rar, a LEGO decid­iu desco­brir como pode­ria abor­dar mel­hor o seg­men­to em questão.

    Dessa for­ma, a empre­sa lançou um estu­do mas­si­vo, envol­ven­do 3.500 mul­heres e as suas mães para enten­der os hábitos de jogo. A LEGO lev­ou qua­tro anos para con­cluir o estudo.

    Desco­briu-se que as rapari­gas apre­ci­am um tipo difer­ente de exper­iên­cia de jogo. Ou seja, difer­entes tipos de cenários (por exem­p­lo, salões de cabeleireiro em vez de del­e­ga­cias), cores mais vibrantes e fig­uras mais expres­si­vas do que os clás­si­cos da LEGO. E assim nasceu “LEGO Friends” em 2012.

    Ape­sar de algu­mas críti­cas feitas por, ale­gada­mente, con­tribuírem para reforçar estereóti­pos de género, a nova lin­ha de pro­du­to da LEGO obteve um suces­so ime­di­a­to. Hoje, a “LEGO Friends” per­manece como um dos maiores suces­sos até à data para a empresa.

    No ano em que foi lança­do, os lucros líqui­dos da empre­sa cresce­r­am em 35%. Nos anos seguintes, “LEGO Friends” tornou-se um dos cin­co temas de topo a nív­el de vendas. 

    Conclusão

    Este­ja a ten­tar resolver um prob­le­ma com o seu mar­ket­ing ou à procu­ra de novas opor­tu­nidades no mer­ca­do, é prováv­el que as suas respostas já este­jam à vista. Con­tu­do, você não as encon­trará até que pro­cure méto­dos de pesquisa de mer­ca­do – uma lição que podemos apren­der com a LEGO.

    Vale a pena notar que a pesquisa de mer­ca­do não pre­cisa de ser um pro­je­to enorme e caro. Tam­bém pode ser feito de maneira ágil e económi­ca, se for dev­i­da­mente pen­sa­do e projetado. 

    Leitu­ra recomen­da­da: Pesquisa de Mer­ca­do: O que é e como fazer

    Considerações finais

    Espero que estes cin­co exem­p­los cur­tos ten­ham inspi­ra­do você a refi­nar a sua estraté­gia de mar­ket­ing. Obser­van­do tan­tas empre­sas a inve­stir nes­sas ativi­dades – e com óti­mos resul­ta­dos — acho que os profis­sion­ais de mar­ket­ing dev­e­ri­am exper­i­men­tá-las a qual­quer momen­to ou, caso con­trário, ter um argu­men­to muito bem estru­tu­ra­do para não as fazer.

    Nat­u­ral­mente, estas não são as úni­cas ativi­dades de mar­ket­ing efi­cazes por aí. Aqui estão mais alguns recur­sos que apre­sen­tam out­ras ideias e táti­cas de mar­ket­ing nas quais você se pode inspirar: