Pesquisa de Mercado: O Que É e Como Fazer

Pesquisa de Mercado: O Que É e Como Fazer

Mateusz Makosiewicz
Investigador de marketing e educador da Ahrefs. Mateusz tem mais de 10 anos de experiência em marketing adquirida em agências, SaaS e empresas de hardware. Quando não está a escrever, ele compõe música ou faz longas caminhadas.
Pesquisa de mer­ca­do é um proces­so de recol­ha, análise e inter­pre­tação de infor­mações sobre um deter­mi­na­do mer­ca­do. Ela leva em con­sid­er­ação dados geográ­fi­cos, demográ­fi­cos e psicográ­fi­cos sobre clientes ante­ri­ores, atu­ais e poten­ci­ais, bem como anális­es com­pet­i­ti­vas para avaliar a via­bil­i­dade de um produto. 

Por out­ras palavras, é o proces­so de enten­der quem é o públi­co-alvo da sua empre­sa para que pos­sa posi­cionar mel­hor a sua estraté­gia de marketing.

Neste guia, aprenderá:

Uma estraté­gia de mar­ket­ing é o plano de jogo de um negó­cio para alcançar con­sum­i­dores e trans­for­má-los em clientes.

A palavra-chave na definição aci­ma é “plano de jogo”. Entrar no mer­ca­do com um pro­du­to é como começar um novo jogo. Como é novo no jogo, não con­hece as regras e não sabe con­tra quem está a jogar.

É exata­mente aqui que entra a pesquisa de mer­ca­do. A pesquisa de mer­ca­do per­mite que des­cubra as regras do jogo do mar­ket­ing ao com­preen­der o seu públi­co-alvo. Além dis­so, per­mite que enten­da quem é o seu opo­nente, avalian­do os pon­tos fortes e fra­cos da sua concorrência.

Pesquisa é o que os profis­sion­ais de mar­ket­ing fazem para plan­ear os seus movi­men­tos e super­ar os seus con­cor­rentes. É tam­bém o que os profis­sion­ais de mar­ket­ing uti­lizam para iden­ti­ficar os pon­tos fortes e fra­cos da sua própria estraté­gia de mar­ket­ing.

Mas a pesquisa de mer­ca­do é o orácu­lo de negó­cios defin­i­ti­vo? Infe­liz­mente não. Mes­mo empre­sas espe­cial­izadas em pesquisa de mer­ca­do admitem — aqui está uma citação de uma delas:

(…) não se pode pre­sumir que a pesquisa de mer­ca­do é uma ciên­cia exa­ta, pois seria irre­al e irra­cional esper­ar que os inves­ti­gadores de mer­ca­do pre­ve­jam a procu­ra necessária para um novo con­ceito, dado que exis­tem inúmeras var­iáveis ​​que podem impactar a procu­ra fora da com­petên­cia dos inves­ti­gadores de mercado.

É por isso que a pesquisa de mer­ca­do com todo o seu sig­nifi­ca­do é “ape­nas” uma parte do mar­ket­ing e é “ape­nas” uma exper­iên­cia. Depende de si, se vai con­duzir a sua exper­iên­cia e quan­do vai terminá-la.

Por exem­p­lo, a Crys­tal Pep­si pare­cia muito promis­so­ra na fase de pesquisa de mer­ca­do, mas fal­hou quan­do foi lança­da no mer­ca­do (uma coisa semel­hante acon­te­ceu com a New Coke). A ideia da Xerox de uma foto­copi­ado­ra com­er­cial era proibi­da aos olhos dos anal­is­tas de pesquisa; De qual­quer for­ma, a Xerox fê-lo, e o resto é história.

Paul N. Hauge e Peter Jack­son no seu livro “Faça a sua Própria Pesquisa de Mer­ca­do” apon­tam para três situ­ações especí­fi­cas em que a pesquisa de mer­ca­do é real­mente útil:

  1. Definir obje­tivos. Saber coisas como o taman­ho do mer­ca­do ou definir os seus poten­ci­ais clientes pode ajudá-lo a definir as suas metas de vendas.
  2. Solu­cionar prob­le­mas. Ven­das baixas? Lucros baixos? A pesquisa de mer­ca­do aju­dará a enten­der se os seus prob­le­mas são inter­nos, como um pro­du­to de baixa qual­i­dade, ou exter­nos, como uma con­cor­rên­cia agressiva.
  3. Apoiar o cresci­men­to da empre­sa. Enten­der como e porque os con­sum­i­dores tomam decisões sobre os pro­du­tos aju­dará a decidir quais os pro­du­tos a intro­duzir no mercado.

Out­ra respos­ta ao “quan­do” é a importân­cia da decisão que pre­cisa tomar. Quan­to mais impor­tante a questão de mar­ket­ing que enfrenta, mais úteis são as pesquisas de mercado.

Por exem­p­lo, lançar um novo car­ro no mer­ca­do é um grande even­to, cer­to? Então, talvez a Ford pudesse ter evi­ta­do perder 350 mil­hões de dólares com o Ford Edsel se tivessem feito a sua pesquisa cor­re­ta­mente. Quero diz­er, com os méto­dos cor­re­tos em vig­or, não dev­e­ria ser tão difí­cil pre­v­er que os con­sum­i­dores irão achar o car­ro caro e feio.

Dito isto, a pesquisa de mer­ca­do nem sem­pre pre­cisa ser um pro­je­to grande e com­plexo. A tendên­cia rel­a­ti­va­mente nova da pesquisa de mer­ca­do ágil per­mite que pesquise o mer­ca­do reg­u­lar­mente e de for­ma económi­ca. É aqui que uti­liza méto­dos pequenos, iter­a­tivos e evo­lu­tivos para rea­gir às cir­cun­stân­cias em ráp­i­da mudança e se adap­tar a ter­ritórios de mer­ca­do desconhecidos.

Além dis­so, se está a começar a tra­bal­har, espe­cial­mente se estiv­er a desen­volver um pro­du­to ino­vador, pode estar inter­es­sa­do no desen­volvi­men­to do cliente. Nes­ta metodolo­gia, a pesquisa de mer­ca­do está no seu “mais ágil” e inti­ma­mente lig­a­da ao proces­so de desen­volvi­men­to do produto.

Con­sidere a Ahrefs como exem­p­lo. Peg­amos em truques de pesquisa de mer­ca­do agile que qual­quer um pode usar. Como verá mais à frente neste arti­go, uti­lizamos coisas sim­ples (mas efi­cazes!) como pesquisas em redes soci­ais, crowd­sourc­ing, análise com­pet­i­ti­va inter­na ou ape­nas ras­trear os preços dos nos­sos concorrentes.

No caso em questão, recen­te­mente per­gun­ta­mos aos nos­sos cole­gas de mar­ket­ing no Twit­ter como eles pesquisam o mer­ca­do. Parece que a pesquisa de mer­ca­do vem em todas as for­mas e tamanhos:

Já fiz­er­am “pesquisas de mer­ca­do”? Para quê?

Só porque alguém faz pesquisas de mer­ca­do de uma cer­ta for­ma, não sig­nifi­ca que pre­cisa copi­ar. Deve con­hecer as suas opções e elas começam com os difer­entes tipos de pesquisa de mercado.

Pesquisa primária

Sem­pre que a pesquisa é fei­ta por si ou em seu nome, e pre­cisa de cri­ar os dados para resolver um deter­mi­na­do prob­le­ma, é chama­do de pesquisa de mer­ca­do primária.

Exem­p­los: Gru­pos de foco, entre­vis­tas, inquéri­tos (mais sobre isto mais à frente no artigo). 

Bene­fí­cios prin­ci­pais: É especí­fi­co para a sua mar­ca e pro­du­tos ou serviços, e pode con­tro­lar a qual­i­dade dos dados.

Pesquisa secundária

Sem­pre que está a uti­lizar dados já exis­tentes, como aque­les reunidos por out­ras empre­sas e orga­ni­za­ções, está a faz­er uma pesquisa de mer­ca­do secundária.

Exem­p­los: Fontes de segun­dos e de ter­ceiros, como arti­gos, whitepa­pers, relatórios, estatís­ti­cas do setor, já cole­taram dados internos.

Bene­fí­cios prin­ci­pais: Obten­ha uma per­spec­ti­va macro do seu mer­ca­do, pois a pesquisa secundária inclui out­ros par­tic­i­pantes do mer­ca­do e, muito provavel­mente, uti­liza um con­jun­to maior de dados do que as suas fontes primárias.

Pesquisa primária vs. pesquisa secundária 

As pesquisas de mer­ca­do primárias e secundárias são difer­entes, mas de for­ma algu­ma opostas. Na ver­dade, é recomen­da­do uti­lizar ambas.

Enquan­to as fontes primárias fornecem uma per­spec­ti­va micro foca­da do seu negó­cio, as pesquisas secundárias mostraram como out­ras empre­sas estão e como os resul­ta­dos da sua pesquisa se com­param a taman­hos de amostra de pesquisa maiores.

Subtipos de pesquisa de mercado

Um pouco mais de teo­ria para todos os geeks de mar­ket­ing por aí. Os pesquisadores de mer­ca­do profis­sion­al dis­tinguem entre os seguintes sub­ti­pos de pesquisa de mer­ca­do primário e secundário: 

  • Pesquisa qual­i­ta­ti­va. Pense em entre­vis­tas, per­gun­tas aber­tas, resul­ta­dos expres­sos em palavras em vez de números e grá­fi­cos. Este tipo de pesquisa é uti­liza­do para enten­der as razões, opiniões e moti­vações subjacentes.
  • Pesquisa quan­ti­ta­ti­va. Pense em pesquisas, sonda­gens, per­gun­tas geral­mente fechadas, resul­ta­dos expres­sos em números e estatís­ti­cas. Este tipo de pesquisa é uti­liza­do para tes­tar ou con­fir­mar hipóte­ses ou suposições, quan­tif­i­can­do var­iáveis ​​definidas (como opiniões ou com­por­ta­men­tos) e gen­er­al­izan­do resul­ta­dos de amostras de dados em maiores quantidades.

Vejamos alguns méto­dos pop­u­lares de pesquisa de mer­ca­do que pode usar e/ou subcontratar.

Análise de dados internos

Os dados que já cole­tou na sua empre­sa são uma fonte de dados de pesquisa secundária ines­timáv­el. Quan­to mais tem­po está no negó­cio, mais dados tem em mãos.

A mel­hor coisa sobre seus dados inter­nos é que eles foram colo­ca­dos em práti­ca nas condições de mer­ca­do da vida real, então só pre­cisa encon­trar os padrões e tirar conclusões.

Aqui estão algu­mas fontes de dados inter­nas que pode aproveitar:

  • Dados do web­site (como os do Google Analytics)
  • Dados do CRM
  • Dados de desem­pen­ho de cam­pan­has anteriores
  • Entre­vis­tas inter­nas com funcionários

Entrevistas

As entre­vis­tas per­mitem dis­cussões cara a cara e são óti­mas para pesquisas explo­ratórias qualitativas.

Nas entre­vis­tas não estru­tu­radas, terá uma con­ver­sa infor­mal e flu­i­da sobre um deter­mi­na­do con­jun­to de tópicos.

Nas entre­vis­tas estru­tu­radas, prepara um pro­to­co­lo de entre­vista rig­oroso e detal­ha­do, onde rela­ciona todas as per­gun­tas que dese­ja faz­er e não se pode desviar delas.

Pode tam­bém escol­her o “cam­in­ho do meio” com entre­vis­tas semi­estru­tu­radas que giram em torno de temas ou questões pre­definidas, mas per­mitem uma dis­cussão aberta.

Um con­sel­ho seria sem­pre per­manecer neu­tro e impar­cial, mes­mo durante entre­vis­tas não estru­tu­radas. Além dis­so, é útil realizar um teste pilo­to da entre­vista para detec­tar rap­i­da­mente alguns defeitos do seu protocolo.

A gravação da entre­vista pode influ­en­ciar as respostas, por­tan­to, use‑a com sabedoria.

Grupos de foco

Os gru­pos focais são onde 5 a 10 pes­soas com car­ac­terís­ti­cas comuns par­tic­i­pam de uma dis­cussão inter­a­ti­va com um mod­er­ador. Estes são uti­liza­dos ​​para apren­der como um deter­mi­na­do grupo pen­sa sobre um deter­mi­na­do prob­le­ma ou para obter feed­back sobre um produto.

Ago­ra, deve saber que o Steve Jobs odi­a­va gru­pos de foco. Foi grava­do a dizer: 

É real­mente difí­cil pro­je­tar pro­du­tos de gru­pos de foco. Muitas vezes, as pes­soas não sabem o que querem até que lhes mostramos.

Se está a ten­tar cri­ar um pro­du­to ino­vador como o iPhone, provavel­mente há algu­ma val­i­dade nes­ta afir­mação. Mas a maio­r­ia de nós não está a lutar com esse nív­el de ambição. Quer­e­mos ape­nas saber se os clientes vão gostar de uma nova fun­cional­i­dade pro­pos­ta ou não. Para isso, os gru­pos de foco são muito úteis.

Inquéritos

Os inquéri­tos envolvem ques­tionários com seu públi­co. Geral­mente são real­iza­dos online para sat­is­fação do cliente e pesquisa de leal­dade, e são um dos méto­dos de pesquisa de mer­ca­do mais pop­u­lares e económicos.

Alguns dos casos tes­ta­dos e ver­i­fi­ca­dos de uti­liza­ção de pesquisas online são:

  • Dese­ja­bil­i­dade de uma car­ac­terís­ti­ca do produto
  • Feed­back de sat­is­fação do utilizador
  • Análise quan­ti­ta­ti­va de cer­tas ocor­rên­cias de problemas
  • Iden­ti­ficar pon­tos de atri­to na jor­na­da do cliente
  • Desco­brir os motivos para con­vert­er ou can­ce­lar o seu serviço
  • Durante o embar­que dum pro­du­to para cri­ar um per­fil de cliente (e para automação de marketing)
  • Opinião sobre uma alter­ação fei­ta recentemente

Um exem­p­lo inter­es­sante de pesquisa de mer­ca­do é o crowd­sourc­ing. Isso é o que a Ahrefs faz para enten­der quais as fun­cional­i­dades a desen­volver, o quão impor­tante elas são e o que os clientes esper­am delas.

O que é úni­co no crowd­sourc­ing é que ele per­mite que os uti­lizadores adi­cionem as suas próprias ideias e votem pos­i­ti­va­mente ou comentem ideias exis­tentes em vez de respon­der a per­gun­tas pre­de­ter­mi­nadas, por­tan­to, este méto­do deixa menos espaço para miopia em mar­ket­ing. Mel­ho­ra o seu negó­cio e os uti­lizadores obtêm um pro­du­to mel­hor — todos ganham.

Como faze­mos crowd­sourc­ing na Ahrefs

As redes soci­ais são out­ro óti­mo local para pesquis­ar o mercado.

Quan­tos de vocês rejeitaram hiperli­gações no GSC este ano?

Segmentação de mercado

A seg­men­tação de mer­ca­do é a práti­ca de cat­e­go­rizar um mer­ca­do em gru­pos homogé­neos com base em critérios especí­fi­cos, tam­bém chama­dos de var­iáveis ​​de seg­men­tação (como idade, sexo, taman­ho da empre­sa, país, etc.).

Se acha que está a cri­ar um pro­du­to para todos, pense de novo. Nem toda a gente vai quer­er comprá-lo.

Empre­sas inteligentes escol­hem o seu públi­co-alvo com cuida­do. Elas iden­ti­fi­cam gru­pos de pes­soas ou orga­ni­za­ções que podem ser clientes valiosos para a empre­sa. Dessa for­ma, tam­bém desco­brem os seus clientes não ideais e desen­volvem um plano para atrair seg­men­tos de clientes gradualmente.

Já se per­gun­tou por que a Proc­ter and Gam­ble cria tan­tas mar­cas, muitas vezes con­cor­rentes? Adi­v­in­hou: seg­men­tação de mer­ca­do. A P&G sim­ples­mente divide e con­quista. Pes­soas difer­entes têm neces­si­dades difer­entes, por­tan­to, pre­cisam de pro­du­tos difer­entes (e pos­sivel­mente mar­cas diferentes).

Análises competitivas

Out­ro méto­do de pesquisa de mer­ca­do poderoso, emb­o­ra muitas vezes esque­ci­do, é o proces­so de com­preen­são do próprio ambi­ente do mer­ca­do. A sério, se ape­nas pode faz­er uma coisa para apren­der o que fun­ciona e o que não fun­ciona no seu mer­ca­do, deve faz­er uma análise competitiva.

Sem­pre que dis­cu­ti­mos a con­strução de uma deter­mi­na­da fun­cional­i­dade, defin­i­ti­va­mente pesquisamos os nos­sos con­cor­rentes e vemos como eles o fazem.”

Tim Soulo
Tim Soulo, CMO

Ficaria sur­pre­so com o quan­to pode apren­der sobre e com a sua con­cor­rên­cia e quan­to dis­to pode ser feito online. Exis­tem cer­tas téc­ni­cas, truques e fer­ra­men­tas tes­tadas e ver­i­fi­cadas para este tipo de pesquisa, e pode encon­trá-las neste guia.

Análise de dados comerciais

Os dados de pesquisa de mer­ca­do secundários são rel­a­ti­va­mente acessíveis, rápi­dos de adquirir e fáceis de uti­lizar. Pense em relatórios de mer­ca­do, per­cepções do setor e uma tonela­da de dados de pesquisa que alguém já reuniu e anal­isou para que não pre­cise de o fazer.

As fontes mais con­fiáveis ​​são Gart­ner, For­rester e Pew. Além destes, cer­ti­fique-se de ver­i­ficar se há uma fonte de dados com­er­ci­ais con­fiáv­el especí­fi­ca para o seu nicho. 

Sites como G2, Capter­ra e Trust Pilot tam­bém con­tam. Não fornecem ape­nas uma visão ger­al do seu setor, mas tam­bém pode encon­trar algu­mas pre­ciosi­dades nas anális­es dos uti­lizadores e dos con­cor­rentes. A Ahrefs usa esta fonte de dados reg­u­lar­mente inter­na e exter­na­mente, como nes­ta secção da nos­sa pági­na Ahrefs vs Sem­rush vs Moz:

Benefícios da pesquisa de mercado — uma comparação

Vamos resumir rap­i­da­mente os 7 méto­dos difer­entes de pesquisa de mer­ca­do aci­ma pelos seus prin­ci­pais benefícios.

Por­tan­to, ago­ra sabe­mos o que é pesquisa de mer­ca­do, por que e quan­do fazê-la, e apren­demos sobre todos os tipos e méto­dos importantes.

Vamos ver como podemos uti­lizar este con­hec­i­men­to para realizar qual­quer tipo de pesquisa de mer­ca­do em 5 pas­sos. Como um exem­p­lo de pesquisa de mer­ca­do, vou con­tar-lhe algu­mas das min­has exper­iên­cias ante­ri­ores com uma empre­sa de impressão 3D.

  1. Iden­ti­fique o prob­le­ma da pesquisa de mercado
  2. Escol­ha a amostra e o méto­do de pesquisa
  3. Recol­ha os dados
  4. Analise os dados
  5. Inter­prete e apre­sente conclusões

1. Identifique o problema da pesquisa de mercado

É aqui que todos os pro­je­tos de pesquisa começam. Desco­brirá tam­bém que as pesquisas de mer­ca­do, em ger­al, seguem o padrão do méto­do cien­tí­fi­co. Primeiro, pre­cisa esta­b­ele­cer o que está exata­mente a pesquisar.

Tem algu­ma per­gun­ta sobre a sua empre­sa que queira respon­der? Talvez veja uma opor­tu­nidade no mer­ca­do. Ou talvez ten­ha obser­va­do algo curioso sobre o uso do seu pro­du­to e tem uma hipótese que dese­ja val­i­dar? Declare isto na primeira eta­pa do proces­so de pesquisa de mercado.

Deixe-me dar um exemplo.

No pas­sa­do, geri o mar­ket­ing de algu­mas empre­sas e uma delas era uma fábri­ca de impres­so­ras 3D. Logo no iní­cio deparei-me com dois prob­le­mas naque­la empresa.

Primeiro: um dos nos­sos seg­men­tos de mer­ca­do esta­va sat­u­ra­do com pro­du­tos semel­hantes de qual­i­dade semel­hante e a preços sig­ni­fica­ti­va­mente mais baixos (clás­si­co, cer­to?). Segun­do: cada vez mais os fab­ri­cantes de impres­so­ras 3D pare­ci­am estar a afas­tar-se do seg­men­to do entreten­i­men­to para atacar os seg­men­tos profis­sion­ais com pro­du­tos mais caros, mas ain­da assim per­manece­mos no sec­tor de entretenimento/criação de pro­du­tos. Por­tan­to, éramos muito caros para os entu­si­as­tas, mas muito amadores para os clientes que nos podi­am pagar.

O que eu que­ria ver­i­ficar era que se o mer­ca­do esta­va a apre­sen­tar uma tendên­cia de casos de uso mais profis­sion­ais da impressão 3D, a nos­sa empre­sa dev­e­ria seguir essa tendên­cia. Por out­ras palavras, eu que­ria ver­i­ficar a via­bil­i­dade de mudar o posi­ciona­men­to da mar­ca para o setor profissional/premium.

2. Escolha a amostra e o método de pesquisa

Já cob­ri­mos os prin­ci­pais tipos e méto­dos de pesquisa de mer­ca­do. Já deve ter uma boa ideia das difer­enças entre a pesquisa primária e a secundária, ou se os méto­dos qual­i­ta­tivos ou quan­ti­ta­tivos seri­am mais ade­qua­dos às suas necessidades.

Quan­to à amostra da sua pesquisa, esta ref­ere-se à porção da fonte de dados em questão que uti­lizará. Por exem­p­lo, se dese­jar realizar uma sondagem jun­to dos seus clientes, a amostra deve ser ref­er­ente à seleção de clientes que incluirá na sua pesquisa. Exis­tem algu­mas opções para escol­her uma amostra:

  1. Use a fonte de dados inteira. Obvi­a­mente, não é real­mente uma amostra. No entan­to, se enviar uma pesquisa a todos os seus clientes for exe­quív­el (e razoáv­el), esta é uma escol­ha per­feita­mente boa.
  2. Escol­ha uma amostra aleatória. A amostragem sis­temáti­ca é a maneira mais fácil de escol­her uma amostra aleatória. É aqui que sele­ciona cada x/enésimo indi­ví­duo para a amostra, onde x é a pop­u­lação e n é a amostra. Por exem­p­lo, se pre­tender um taman­ho de amostra de 100 numa pop­u­lação de 1000, sele­cione cada 1000/100 = 10º mem­bro da população.
  3. Use uma amostra não aleatória (a mais tendenciosa). 
    1. Amostra de con­veniên­cia: escol­ha os inquiri­dos disponíveis e dis­pos­tos a par­tic­i­par da pesquisa.
    2. Amostra de critérios: escol­ha inquiri­dos que na sua ideia sejam rep­re­sen­ta­tivos ou pos­suam algu­ma out­ra car­ac­terís­ti­ca impor­tante para a pesquisa.
    3. Amostra de parcela: escol­ha uma parcela arbi­trária de inquiri­dos, por exem­p­lo, 10 clientes não-pagantes, 10 peque­nas empre­sas con­tribuintes e 10 grandes empre­sas contribuintes.

De vol­ta ao nos­so exem­p­lo. Como méto­do para ver­i­ficar as min­has hipóte­ses, escol­hi uma mis­tu­ra de:

  • Dados primários:
    • Inquéri­tos envi­a­dos a todos os nos­sos revende­dores. Queríamos ver se eles tam­bém tin­ham repara­do numa mudança de par­a­dig­ma no mer­ca­do e qual o seg­men­to de clientes eles mais encon­traram. Tam­bém queríamos saber a per­spec­ti­va deles sobre a longev­i­dade dessa tendên­cia e se eles estari­am poten­cial­mente inter­es­sa­dos numa ver­são mais pre­mi­um do nos­so produto.
    • Entre­vis­tas em pro­fun­di­dade por tele­fone com os nos­sos revende­dores a ser con­duzi­das pela nos­sa equipa de ven­das. Usamos amostra de critérios aqui. A nos­sa amostra era com­pos­ta por revende­dores com os quais tín­hamos as mel­hores relações (sabíamos que eles estari­am mais dis­pos­tos a partilhar).
    • Análise com­pet­i­ti­va. Está­va­mos prin­ci­pal­mente inter­es­sa­dos ​​em par­tic­i­pantes do mer­ca­do que ten­tavam entrar no seg­men­to profissional/industrial, então esta foi a nos­sa amostra (amostra de critérios). Está­va­mos inter­es­sa­dos ​​em coisas como: quais os recur­sos que estavam a uti­lizar para con­stru­ir as suas impres­so­ras 3D, qual era o posi­ciona­men­to da sua mar­ca, qual era o seu preço, qual a lin­guagem que usavam para comu­nicar com o seu públi­co-alvo, etc.
  • Dados secundários:
    • O relatório da indús­tria de Wohler, qual­quer impressão 3D do Gart­ner e sim­i­lares, relatórios de fornece­dores de serviços de impressão 3D e basi­ca­mente qual­quer frag­men­to de dados sérios que pudésse­mos encon­trar (amostra de conveniência).
    • Dados inter­nos: prob­le­mas de sat­is­fação do cliente e ape­nas o per­fil ger­al do cliente atu­al com base nos dados do Google Ana­lyt­ics e do Facebook.

3. Recolha os dados

Depois de definir o prob­le­ma, o méto­do e a amostra, tudo o que pre­cisa de faz­er é reunir os dados. Esta é a eta­pa em que envia as suas pesquisas, con­duz as suas entre­vis­tas ou procu­ra per­cepções do setor. 

Um con­sel­ho: escol­ha a sua fer­ra­men­ta de pesquisa de mer­ca­do com cuida­do; terá grande influên­cia na quan­ti­dade de tra­bal­ho que terá com a análise dos dados. Por exem­p­lo, o For­mulários do Google cria grá­fi­cos auto­mati­ca­mente com dados quan­tificáveis ​​(além de ser gratuito).

Aqui estão os dados que cole­ta­mos para a empre­sa de impressão 3D:

  • Dados primários:
    • Dados da pesquisa do revende­dor (dados quan­ti­ta­tivos e qualitativos).
    • Dados da entre­vista do revende­dor (dados qualitativos).
    • Prob­le­mas de sat­is­fação do cliente (dados qual­i­ta­tivos recol­hi­dos em todos os canais de atendi­men­to ao cliente, anal­isamos cer­ca de 200 prob­le­mas e solicitações).
    • Dados de análise com­pet­i­ti­va (de cer­ca de 10 concorrentes).
  • Dados secundários:
    • Con­seguimos reunir 3 relatórios abrangentes e inde­pen­dentes da indús­tria, alguns relatórios menores feitos por out­ras empre­sas de impressão 3D e dezenas de dados frag­men­ta­dos, como estatís­ti­cas e per­cepções dig­nas de nota. Recol­he­mos dados como: par­tic­i­pação de mer­ca­do do fab­ri­cante de impres­so­ras 3D, cresci­men­to do mer­ca­do em tem­po, seg­men­tação de mer­ca­do, apli­cações-chave de impressão 3D, adoção de impressão 3D por região, números de ven­das dos prin­ci­pais participantes.
    • Quais­quer dados demográ­fi­cos, sociográ­fi­cos e psicográ­fi­cos sobre clientes e vis­i­tantes do web­site que pos­samos encon­trar nos nos­sos dados internos.

4. Analise os dados 

Ago­ra que tem os seus dados recol­hi­dos, a próx­i­ma eta­pa é procu­rar padrões, tendên­cias, con­ceitos ou palavras fre­quente­mente repeti­das — tudo depen­den­do se o seu méto­do foi qual­i­ta­ti­vo ou quan­ti­ta­ti­vo (ou ambos).

Uma pesquisa sim­ples real­iza­da numa peque­na amostra será rel­a­ti­va­mente fácil de anal­is­ar, ou mes­mo anal­isa­da auto­mati­ca­mente, como com o For­mulário Google. Por vezes, terá que usar soft­wares caros e mais difí­ceis de dom­i­nar, como Tableau, NVi­vo, Power­BI ou SPSS. Ou pode usar Python ou R para análise de dados (se tiv­er um anal­ista de dados ou cien­tista de dados na equipa, está com sorte).

Con­tin­uan­do o exem­p­lo: o For­mulários do Google facil­i­tou a local­iza­ção de padrões em pesquisas, pois os dados quan­ti­ta­tivos foram cal­cu­la­dos auto­mati­ca­mente. A parte mais demor­a­da era ler todas as respostas e procu­rar man­ual­mente os padrões (naque­la época, eu não con­hecia nen­hu­ma fer­ra­men­ta que pudesse faz­er o tra­bal­ho). As equipas de ven­das e mar­ket­ing tra­bal­haram na análise de alguns dos dados qual­i­ta­tivos para ter mais do que um pon­to de referência.

Quan­do se tra­ta de pesquis­ar a con­cor­rên­cia, cri­ar algum tipo de estru­tu­ra de dados tor­na o tra­bal­ho mais abrangente (e mais sim­ples). Colo­camos os dados dos nos­sos con­cor­rentes em cat­e­go­rias especí­fi­cas, como pro­du­tos e serviços (preços incluí­dos), mer­ca­do-alvo, bene­fí­cios, val­ores e men­sagem da mar­ca. Tam­bém usamos algo chama­do mapa de posi­ciona­men­to de mar­ca, que se parece com isto:

Anal­is­ar dados secundários foi provavel­mente a parte mais fácil, pois os dados de que pre­cisá­va­mos já estavam prepara­dos em grá­fi­cos, estatís­ti­cas e perceções pron­tos para usar. Nós ape­nas tive­mos que vas­cul­har o con­teú­do para procu­rar respostas para as nos­sas perguntas.

5. Interprete e analise conclusões

Anal­is­ar os dados não é sufi­ciente. Pre­cisa de sele­cionar os seus dados de for­ma comu­nica­ti­va e acionáv­el para quem toma decisões. Uma boa práti­ca é incluir no seu relatório: todas as suas infor­mações, uma descrição do seu proces­so de pesquisa, os resul­ta­dos, con­clusões e ações recomendadas.

Resu­min­do no meu exem­p­lo de impressão 3D, imag­inei que o nos­so mer­ca­do esta­va a pas­sar por uma grande mudança e que a empre­sa dev­e­ria seguir essa tendên­cia. A pesquisa que fize­mos ver­i­fi­cou essa hipótese positivamente:

  • Os nos­sos revende­dores estavam a rece­ber cada vez mais con­sul­tas sobre casos de uso profissional/industrial de máquinas. Como se pode imag­i­nar, o orça­men­to deste tipo de cliente era sig­ni­fica­ti­va­mente maior do que o dos amadores, mas as expec­ta­ti­vas tam­bém eram.
  • Os nos­sos revende­dores indicaram que esse fenó­meno veio para ficar. Além dis­so, declararam inter­esse numa nova impres­so­ra 3D adap­ta­da às neces­si­dades dos seus clientes mais exigentes.
  • Os nos­sos clientes estavam a super­ar os seus hábitos de adoção ini­cial e que­ri­am algo mais fácil de usar, algo plug-and-play que fun­cionasse de maneira con­fiáv­el. Mex­er na impres­so­ra era algo em que ape­nas os fab­ri­cantes mais rad­i­cais estavam interessados.
  • As empre­sas que nos inter­es­sam já se adap­taram ao mer­ca­do profissional/premium tan­to com a sua ofer­ta como com a comu­ni­cação de mar­ket­ing inteligente.
  • Tam­bém encon­tramos muitos out­ros dados inter­es­santes que usare­mos mais tarde. Por exem­p­lo, desco­b­ri­mos que, além de engen­heiros e design­ers, um seg­men­to igual­mente inter­es­sante eram as insti­tu­ições de ensino.

A nos­sa pesquisa de mer­ca­do ini­cial durou cer­ca de dois meses. Tam­bém voltá­va­mos a este sem­pre que tín­hamos opor­tu­nidade (ou neces­si­dade) e reit­erá­va­mos para ver se está­va­mos no cam­in­ho certo.

Valeu a pena? Deixe-me diz­er uma coisa: salvou a empre­sa. A nos­sa pesquisa mostrou-nos que esta foi a últi­ma hipótese para reposi­cionar a mar­ca e o pro­du­to. O nos­so seg­men­to-alvo orig­i­nal esta­va a ser grad­ual­mente dom­i­na­do por empre­sas com as quais não podíamos competir.

Demor­ou algum tem­po para con­seguir a adesão dos prin­ci­pais inter­es­sa­dos ​​e imple­men­tar as con­clusões em toda a empre­sa (even­tual­mente, acer­ta­mos). Como resul­ta­do, aumen­ta­mos as ven­das, aumen­ta­mos a sat­is­fação do cliente e colo­camo-nos num cam­in­ho de cresci­men­to mais lucra­ti­vo — uma situ­ação em que todos gan­ham. Nós até cheg­amos ao pon­to de nos fundirmos com out­ro fab­ri­cante para encur­tar o tem­po para chegar a esse pon­to de mer­ca­do ideal.

Olhan­do para trás, nen­hum dos nos­sos con­cor­rentes mais próx­i­mos sobre­viveu. Eles não se adap­taram como nós, e deve­mos tudo à pesquisa de mercado.

PRO TIP

Faça o que fiz­er, evite estes erros comuns de pesquisa de mer­ca­do:

  • Má amostragem.
  • Per­gun­tas ambíguas.
  • Per­gun­tas indu­toras ou car­regadas (per­gun­tas que mostram tendên­cias ou con­têm suposições controversas).
  • Obje­tivos de pesquisa pouco claros ou numerosos.
  • Con­fundir cor­re­lação com causalidade.
  • Igno­rar a análise competitiva.
  • Per­mi­tir que tendên­cias influ­en­ciem a sua pesquisa (a tendên­cia de con­fir­mação é indisc­u­tivel­mente a mais comum e a mais perigosa).
  • Não ras­trear dados regularmente.

A pesquisa de mer­ca­do remon­ta à déca­da de 1930 e provavel­mente está enraiza­da ain­da “mais pro­fun­da­mente” do que no sécu­lo 20. Tudo o que pode faz­er ago­ra, pode faz­er mel­hor, mais rápi­do e mais bara­to, graças a estas fer­ra­men­tas e recur­sos online.

Ferramentas de SEO — pesquise o mercado com a Ahrefs

Reuni 3 gan­hos rápi­dos que podem aju­dar na sua pesquisa de mer­ca­do — e isto é ape­nas uma amostra do que pode faz­er com a Ahrefs.

1. Consciencialização da marca

No iní­cio do sécu­lo 20, teria que con­tratar pesquisadores de mer­ca­do para pas­sar dias ou até sem­anas a ques­tionar as pes­soas “já ouviu falar sobre a mar­ca X”. Hoje, pode sim­ples­mente averiguar o vol­ume de pesquisa dessa marca.

Então, vamos supor que gere uma mar­ca de fab­ri­co de drones e quer ver­i­ficar o con­hec­i­men­to da mar­ca dos seus con­cor­rentes em França. Vá ao Explo­rador de palavras-chave da Ahrefs, insira os nomes das mar­cas, sele­cione “França” como o seu mer­ca­do e, num pis­car de olhos, obtém:

O vol­ume de palavras-chave da mar­ca indi­ca o con­hec­i­men­to dessa mar­ca num deter­mi­na­do mer­ca­do. Tam­bém pode acom­pan­har estes dados, real­izan­do esta pesquisa reg­u­lar­mente para ver se há mudanças sig­ni­fica­ti­vas ao lon­go do tem­po (por exem­p­lo, impacta­do por uma cam­pan­ha recente).

2. Procura de funcionalidades

A próx­i­ma fun­cional­i­dade rev­olu­cionária dos car­ros elétri­cos envolverá bate­rias, tem­po de car­rega­men­to e cus­to de car­rega­men­to (e não pilo­to automáti­co). Como é que sei?

Bem, eu abri o Explo­rador de Palavras-Chave da Ahrefs , escrevi “car­ros elétri­cos” e fui para o relatório de Per­gun­tas para desco­brir o que as pes­soas procu­ram. Isto deu-me uma ideia dos prob­le­mas que os pro­pri­etários de car­ros elétri­cos têm (e com os quais os pro­pri­etários em poten­cial se pre­ocu­pam). Pode facil­mente realizar pesquisas semel­hantes para o seu nicho.

3. Entenda a linguagem do seu mercado

Ger­ald Zalt­man, no seu pop­u­lar livro “Como os clientes pen­sam”, propõe a ideia de que uma das prin­ci­pais suposições erróneas do mar­ket­ing é que os con­sum­i­dores pen­sam com palavras.

Por out­ro lado, quan­do os con­sum­i­dores procu­ram algo no Google, pre­cisam de pen­sar em palavras. E quan­do faze­mos mar­ket­ing para ess­es con­sum­i­dores, tam­bém temos que pen­sar em palavras. A questão é: quais palavras?

Dig­amos que quer entrar num mer­ca­do novo e ino­vador nos EUA, por exem­p­lo, a indús­tria de lat­icínios deriva­dos de fer­men­tação sin­téti­ca, tam­bém con­heci­da como lat­icínios sem animais.

Para si, este con­jun­to de palavras “lat­icínios sem ani­mais” pode ser o cen­tro dos seus negó­cios e esforços de mar­ket­ing. Mas vamos ver o que out­ras pes­soas pen­sam. Vamos usar o Explo­rador de palavras-chave para ver quan­tas pes­soas pesquisam no Google nos EUA ape­nas essa frase:

Oops! Parece que a sua cat­e­go­ria de pro­du­to tem um recon­hec­i­men­to decep­cio­nan­te­mente baixo. Isso sig­nifi­ca que está con­de­na­do? Não necessariamente.

Vamos ten­tar com out­ras palavras. Palavras que sig­nifi­cam algo difer­ente, mas ain­da inti­ma­mente rela­cionadas com o seu novo produto.

Ago­ra esta­mos no cam­in­ho cer­to. As pes­soas pesquisam “lat­icínios veg­e­tar­i­anos” e “lat­icínios sem lac­tose” com mais fre­quên­cia. Não é o mes­mo, mas inti­ma­mente rela­ciona­do. No entan­to, observe a difer­ença no vol­ume de pesquisa.

As palavras fazem uma grande difer­ença. E o Google sabe disso.

A úni­ca razão pela qual con­seguiu colo­car todas essas três fras­es no mes­mo pacote é que con­hece a conexão entre essas palavras. O prob­le­ma é que seu públi­co-alvo pode não con­hecer essa lig­ação; eles podem nem saber que esse tipo de pro­du­to existe.

Esta análise ráp­i­da do vol­ume de pesquisa mostra que pode quer­er faz­er essa lig­ação, por exem­p­lo, com mar­ket­ing de con­teú­do.

Se cri­ar con­teú­do à vol­ta de palavras-chave rela­cionadas de alto vol­ume, poderá obter poten­cial­mente mais tráfego orgâni­co do que sim­ples­mente destacar a palavra-chave que des­igna a cat­e­go­ria do seu pro­du­to. Mes­mo que pos­sa acred­i­tar que o prin­ci­pal bene­fí­cio do seu pro­du­to sem ani­mais é algo não rela­ciona­do à lac­tose, por exem­p­lo, pro­dução sem cru­el­dade, pode quer­er abor­dar o prob­le­ma da intol­erân­cia à lac­tose para atrair pes­soas com essa condição.

Mas isto não é tudo. Deve ter nota­do “quei­jo com baixo teor de lac­tose” no can­to infe­ri­or dire­ito. Isto ref­ere-se ao recur­so do Explo­rador de Palavras-chave da Ahrefs chama­do “Tópi­co prog­en­i­tor”. O tópi­co prog­en­i­tor indi­ca que o Google vê uma deter­mi­na­da palavra-chave como parte de um tópi­co mais amplo.

Se cli­car­mos neste tópi­co pai, desco­b­ri­mos ain­da mais procu­ra de pesquisa: 

Podemos con­statar que a pesquisa pelo tema “quei­jo com baixo teor de lac­tose” ultra­pas­sa em quase 300% o tema “lat­icínios veg­e­tar­i­anos” nos Esta­dos Unidos. Além dis­so, desco­brir esse tópi­co pai deu-nos 879 ideias de palavras-chave em poten­cial (algu­mas delas têm um vol­ume de pesquisa ain­da maior, como “quei­jo sem lactose”).

Quer desco­brir ain­da mais asso­ci­ações de tópi­cos? Sem prob­le­mas. Pode mer­gul­har mais fun­do nes­sa pesquisa usan­do out­ros recur­sos do pesquisador de palavras-chave da Ahrefs. Por exem­p­lo, o relatório Tam­bém se posi­ciona para per­mite que veja em que out­ras palavras-chave (e tópi­cos) as 100 primeiras pági­nas de clas­si­fi­cação da sua palavra-chave de des­ti­no tam­bém estão classificadas. 

Esta pesquisa de mer­ca­do de gan­ho rápi­do está lig­a­da ao tópi­co mais amp­lo da pesquisa de palavras-chave. Se quis­er desco­brir ain­da mais ideias de palavras-chave e apren­der como anal­isá-las, leia o nos­so guia de pesquisa de palavras-chave.

CRMs

O soft­ware de Gestão de Rela­ciona­men­to com o Cliente (Cus­tomer Rela­tion­ship Man­age­ment — CRM -, em inglês) é usa­do para gerir e ras­trear as inter­ações entre uma empre­sa e os seus clientes ou poten­ci­ais clientes. Nor­mal­mente, este fun­ciona em con­jun­to com um soft­ware de automação de ven­das ou mar­ket­ing (ou tem inte­grações para estes). Se uti­liza­do cor­re­ta­mente, é um ver­dadeiro remoín­ho de per­cepção do mercado.

Como men­cionei ante­ri­or­mente, é uma daque­las fontes de dados primárias que pode aproveitar para desco­brir padrões no com­por­ta­men­to ou nas car­ac­terís­ti­cas do seu cliente. As escol­has pop­u­lares são Hub­spot, Sales­force, Inter­com, mas há uma tonela­da de soft­ware CRM por aí, então ver­i­fique uma com­para­ção de soft­ware como o G2 para ver o que mel­hor se ade­qua às suas necessidades.

Ferramentas de feedback do utilizador

Este tipo de fer­ra­men­ta per­mite-lhe realizar online o nos­so méto­do de pesquisa de inquéri­tos aci­ma referido.

Crie pesquisas dire­cionadas e especí­fi­cas do uti­lizador e analise as respostas com fer­ra­men­tas como os For­mulários do Google, Sur­vey­Mon­key, Type­form ou Quala­roo.

Enviar um e‑mail típi­co com uma pesquisa não é a úni­ca opção, por exem­p­lo, com o Quala­roo pode mostrar pesquisas:

  • No seu pro­du­to digital
  • No seu pro­du­to SaaS
  • Na sua apli­cação da web
  • Na sua apli­cação móvel
  • No seu website
  • No seu web­site para dis­pos­i­tivos móveis
  • Nos seus protótipos
  • Na maio­r­ia dos URLs públi­cos. Mes­mo em web­sites concorrentes. 

Pre­cisa de mais? Sem prob­le­mas, ver­i­fique a solução de Pesquisa de Mer­ca­do da Sur­vey­Mon­key. Esta explo­ra os mod­e­los agile de pesquisa de mer­ca­do que dis­cu­ti­mos. Têm 14 soluções online que o aju­dam a ficar no topo da cor­ri­da, incluin­do seg­men­tação de clientes, mon­i­tor­iza­ção da dinâmi­ca do mer­ca­do, mar­ca, análise cria­ti­va, importân­cia de fun­cional­i­dade, encon­trar o preço cer­to para os seus pro­du­tos e muito mais.

Então acha que tem um desafio com­er­cial difí­cil? Este cav­al­heiro ousa­do está a ten­tar dis­rup­tar ovos.… extrema­mente difí­cil, mas viáv­el com a pesquisa de mer­ca­do do lado dele.

https://www.youtube.com/watch?v=FMYfwZ_CP1s

Análise de website/aplicação

Ras­trear o tráfego do seu web­site ou apli­cação é fun­da­men­tal para o mar­ket­ing. Bas­ta olhar para algu­mas dimen­sões de dados que o Google Ana­lyt­ics oferece:

  • Demografia
  • Local­iza­ção
  • Com­por­ta­men­to
  • Dis­pos­i­tivos
  • Canais

Soa famil­iar? Sim, isto soa como uma boa seg­men­tação de mer­ca­do. Esta é a mel­hor parte: é gra­tu­ito, rápi­do de exe­cu­tar e é basea­do nos seus dados primários.

Se nun­ca se apro­fun­dou no Google Ana­lyt­ics ou num soft­ware de análise semel­hante (por exem­p­lo, Mato­mo ou Woopra), aqui estão algu­mas per­gun­tas a que essa tec­nolo­gia de mar­ket­ing pode responder:

  • O que as pes­soas procu­ram quan­do estão no meu site?
  • O que difer­en­cia os clientes que com­praram daque­les que não o fizeram?
  • Quais são os meus prin­ci­pais país­es por receita?
  • Quais são os meus pro­du­tos mais vendidos?

Se já usa o Google Ana­lyt­ics, veja se não está a come­ter estes erros de ras­treio do Google Ana­lyt­ics.

Ferramentas de pesquisa de experiência do utilizador

Nor­mal­mente é usa­do por design­ers de UX, mas bas­ta ouvir as pro­postas de val­or destas ferramentas:

  • Veja e ouça pes­soas reais uti­lizan­do o seu web­site, loja online ou apli­cação.” (https://userpeek.com/)
  • Feed­back em tem­po real. De clientes reais. Onde quer que tra­bal­he. Assim, pode cri­ar exper­iên­cias que ger­am resul­ta­dos reais. ” (https://www.usertesting.com/)
  • Pesquisa de uti­lizador escaláv­el e per­son­al­iza­da” (https://www.userlytics.com/)
  • Grave vídeo e áudio dos seus uti­lizadores, para que veja e ouça a exper­iên­cia exa­ta deles com seu pro­du­to.” (https://www.loop11.com/)

Nova­mente, é muito pare­ci­do com os nos­sos méto­dos de pesquisa de mer­ca­do, cer­to? E não é brin­cadeira, mil­hares de empre­sas usam estas ferramentas.

As fer­ra­men­tas de pesquisa de exper­iên­cia do uti­lizador per­mitem que obten­ha feed­back e perceção do uti­lizador sobre os seus pro­du­tos, pro­tóti­pos, web­sites e aplicações

O teste é basea­do nas tare­fas que os par­tic­i­pantes exe­cu­tam. Pode usar a sua própria base de uti­lizadores ou definir uma base per­son­al­iza­da usan­do os seus serviços. Rece­berá relatórios escritos e até mes­mo vídeos grava­dos que pode incor­po­rar à sua pesquisa de mer­ca­do e garan­tir que está a aproveitar ade­quada­mente esta opor­tu­nidade de mercado.

Ferramentas de planeamento de anúncios

Isso mes­mo — o planeador de anún­cios do Face­book, Linkedin e Twit­ter que já usa para veic­u­lar anún­cios pode fornecer algu­mas infor­mações sobre os números por trás dos seg­men­tos de mer­ca­do nos quais está interessado.

Mais de 30 home­ns com ensi­no supe­ri­or inter­es­sa­dos ​​em gad­gets de tec­nolo­gia? Sem prob­le­mas. Mul­heres que tomam decisões no alto escalão da Europa? Está tudo aí.

Dados de censos

A disponi­bil­i­dade deste tipo de dados pode vari­ar de acor­do com o seu mer­ca­do-alvo. Por exem­p­lo, nos EUA, o Cen­sus Bureau ofer­ece um recur­so gra­tu­ito para pesquis­ar os dados dos cen­sos do país. Pode fil­trar os dados por tópi­cos, anos, geografia, pesquisas ou códi­gos do setor. Tam­bém pode aced­er a tabelas inter­a­ti­vas pre­definidas (que tam­bém pode descar­regar) ou sim­ples­mente explo­rar cer­tas regiões do país usan­do os seus mapas.

Ferramentas de inteligência empresarial

Com as fer­ra­men­tas de inteligên­cia empre­sar­i­al como Tableau, Look­er ou Sisense, pode conec­tar-se a qual­quer fonte de dados para realizar limpeza de dados, oper­ações estatís­ti­cas e visu­al­iza­ção de dados. Estes são pro­je­ta­dos para per­mi­tir que reú­na perceções sobre os seus dados e comu­nique de for­ma efi­caz com as partes inter­es­sadas. É como SQL com­bi­na­do com R, mas não pre­cisa de habil­i­dades de cod­i­fi­cação e obtém uma inter­face amigável.

Como essas fer­ra­men­tas estão a trans­bor­dar de fun­cional­i­dades e geral­mente são caras, elas são um exagero para peque­nas empre­sas com neces­si­dades bási­cas de pesquisa de mer­ca­do. Fre­quente­mente, desco­brirá que a fer­ra­men­ta que já está a usar para o seu méto­do de pesquisa vem com algu­mas funções de análise e visu­al­iza­ção de dados. E se não, pode impor­tar os seus dados para Excel ou Google Docs e usar o Google Data Stu­dio para uma apre­sen­tação inter­a­ti­va compartilhável. 

Outras ferramentas e serviços dignos de nota

Pensamentos finais

A pesquisa de mer­ca­do não é tare­fa fácil. Se se sente intim­i­da­do por isso, não é o úni­co. Mas não se acan­he. Os bene­fí­cios de con­duzir pesquisas de mer­ca­do, mes­mo que esporádi­cas, podem traz­er bene­fí­cios para a sua empre­sa que sim­ples­mente não pode igno­rar. Não se tornará um profis­sion­al de pesquisa de mer­ca­do da noite para o dia, mas a boa notí­cia é que não pre­cisa. Pode seguir o cam­in­ho ágil (como a Ahrefs), usar fer­ra­men­tas e recur­sos online de autoa­tendi­men­to acessíveis ou pode até sub­con­tratar a sua pesquisa. Des­de que baseie o seu plano de tra­bal­ho de mar­ket­ing em dados váli­dos, aumen­ta dras­ti­ca­mente as suas hipóte­ses de sucesso.

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