Mas, com muita frequência, SEOs inexperientes consideram a métrica de volume de pesquisa de palavras-chave pelo seu valor “literal”, o que leva a más decisões de marketing e a um desperdício de recursos dentro do negócio.
Neste artigo, vamos olhar mais de perto para a métrica do volume de pesquisa, explicar o que é, de onde vem e como às vezes pode levá-lo a errar.
O que é o volume de pesquisa de palavras-chave?
O volume de pesquisa de palavras-chave é uma métrica de SEO que refere quantas vezes por mês, em média, uma determinada palavra-chave é pesquisada para uma localização em particular. Na maioria das vezes, o volume de pesquisa refere-se ao número de pesquisas no Google, mas esta métrica também pode enquadrar outros motores de busca.
Uma distinção importante a destacar é que o volume de pesquisa reflete o número de pesquisas reais de uma palavra-chave — e não o número de pessoas que a pesquisam, individualmente.
Assim, se uma palavra-chave tem um volume de busca mensal de 100, essas buscas podem ter sido realizadas por 100 pessoas diferentes, ou podem ter sido apenas 10 pessoas fazendo 10 buscas cada.
Esse pequeno esclarecimento é apenas a ponta do iceberg de todas as coisas que as pessoas costumam errar ao analisar o volume de pesquisa de uma palavra-chave.
Desta forma, vamos discutir mais cinco aspetos que você precisa de saber para fazer melhor uso desta métrica.
1. Números de volumes de pesquisa são médias anuais
A maioria das ferramentas de SEO reporta o volume de pesquisa como uma média anual.
Não é grande problema para consultas de pesquisa que têm uma procura relativamente consistente ao longo do ano. Mas pode ser bastante enganoso para consultas de pesquisa sazonais ou tendências populares.
Vamos comparar as tendências do volume de pesquisa das duas palavras-chave seguintes: “marketing de conteúdo” e “NFT”.
A palavra-chave “marketing de conteúdo” oscila entre 12 mil e 17 mil buscas por mês ao longo do ano. Portanto, a sua média anual de 16 mil buscas é uma previsão razoável do volume de pesquisa que obterá nos próximos meses, muito provavelmente.
Para a palavra-chave “NFT”, no entanto, o cenário é diferente. No decorrer de um ano, passou de praticamente nada para 2,3 milhões de pesquisas em março. Em seguida, caiu para 374 mil em junho e subiu para 952 mil em agosto.
Em outras palavras, é muito difícil prever como o seu volume de buscas irá flutuar nos próximos meses e onde ele irá eventualmente se estabelecer quando a popularidade e o volume elevado de conversas sobre NFTs diminuir.
O que quero ilustrar com estes dois exemplos é que os volumes de pesquisa podem ser bastante voláteis. E o número médio de 12 meses que as ferramentas de SEO relatam pode não corresponder perfeitamente ao volume de pesquisa mensal dessa palavra-chave no momento em que a pessoa a classifica.
2. Nem todas as pesquisas resultam em cliques
O facto de as pessoas procurarem algo não significa necessariamente que elas vão clicar em qualquer um dos resultados de pesquisa.
Na realidade, o objetivo do Google é satisfazer os seus usuários no momento da pesquisa, sem que os mesmos tenham que “perder tempo” a clicar em algum dos resultados de pesquisa. De acordo com um estudo recente, dois terços das pesquisas no Google em 2020 acabaram sem um único clique por parte do usuário.
Dois terços das pesquisas no Google em 2020 acabaram sem um único clique por parte do usuário.
Por exemplo, a palavra-chave “elon musk age” (idade do Elon Musk) recebeu 37 mil pesquisas por mês (em média), porém o número de cliques nos resultados (de acordo com a Ahrefs) foi de apenas 6,3 mil.
Isto acontece porque o Google dá uma resposta instantânea à pergunta, dissuadindo os usuários de clicar em qualquer um dos resultados da pesquisa:
Portanto, caso uma consulta de pesquisa tenha um grande volume de pesquisa, isso não significa necessariamente que ela trará muito tráfego. O Google pode simplesmente exibir a resposta diretamente nos seus resultados de pesquisa.
3. Publicitários podem “roubar” potenciais cliques para o seu negócio
Existe outro aspeto que podem “roubar” os preciosos cliques para o seu negócio: Anúncios no Google (Google Ads).
Atualmente, o Google mostra até quatro listagens de pesquisa paga acima dos resultados de pesquisa orgânica. Se rastrear o histórico visual desses canais pagos, torna-se bastante óbvio que o Google está a tornar esses anúncios quase impercetíveis em comparação com os resultados de pesquisa orgânica.
O Google também tem tendência a embelezar esses anúncios com imagens e hyperlinks para rentabilizar o espaço que ocupam, “empurrando para posições inferiores” os resultados da pesquisa orgânica mais abaixo.
Em outras palavras, a classificação no topo de algumas palavras-chave populares não garante mais que receberá muitos cliques.
Ranking Top3 in Google in 2021:#AD1
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- links#PeopleAlsoAsk
-Q1
-Q2
-Q3
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🖼️🖼️🖼️ pic.twitter.com/BbAfwwwjVk— Tim Soulo 🇺🇦 (@timsoulo) June 29, 2021
Mesmo que verifique os resultados da pesquisa para a palavra-chave para a qual deseja classificar e, caso não haja anúncios a decorrer, não existe uma garantia de que os anúncios não serão exibidos no futuro. Na verdade, ao se classificar no topo de uma palavra-chave, você está a empurrar as páginas dos seus concorrentes para baixo, deixando-as sem tráfego de pesquisa; isso pode muito bem provocá-los a começar a veicular campanhas de anúncios também.
4. Volumes de pesquisa não são muito fiáveis
O Planificador de Palavras-chave do Google é amplamente considerado a melhor fonte de dados de volume de pesquisa de palavras-chave, pois vem diretamente do próprio Google. E não é segredo que a grande maioria das ferramentas de SEO extraem os seus volumes de pesquisa de palavras-chave desta ferramenta da Google.
Mas qual o grau de confiança dos números relativos aos volumes de pesquisa no GKP (Planificador de Palavras-chave do Google)?
Pois bem, existe uma fonte de dados que é universalmente considerada a “única fonte da verdade” quando se trata de volumes de pesquisa: o Google Search Console (a Consola de Pesquisa Google).
Se o seu website estiver consistentemente no topo do Google para uma determinada palavra-chave, o número de “impressões” que a sua página obtém para essa palavra-chave determina o seu volume real de pesquisa.
Isto significa que podemos estudar facilmente a precisão dos volumes de pesquisa no GKP se compararmos os volumes de pesquisa com as impressões (reais) das mesmas palavras-chave na GSC.
E foi exatamente o que nós fizemos na nossa experimentação mais recente.
Descobriu-se que os volumes de pesquisa no GKP eram “aproximadamente precisos” em apenas 45% dos casos. Nos restantes casos, os volumes de pesquisa do GKP foram diferentes das impressões do GSC por uma margem bastante grande.
Noutras palavras, é muito difícil apelidar os volumes de pesquisa no GKP de “precisos e fiáveis”. Contudo, não podemos criticar o GKP por isso, uma vez que é uma ferramenta para publicitários, não para SEOs.
O GKP tende a combinar consultas de pesquisa com um significado semelhante juntas em um grupo só, sem a opção de observar um volume de pesquisa distinto para cada uma dessas consultas. Isto é bastante útil para os anunciantes, mas pode ser uma verdadeira dor de cabeça para os profissionais de SEO.
Por exemplo, as seis palavras-chave abaixo serão combinadas em uma só:
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A maioria das ferramentas de SEO imitará este comportamento porque (supostamente) replicam os seus volumes de pesquisa através do GKP. Assim, estas ferramentas irão exibir o mesmo volume de pesquisa para cada uma dessas variações de palavras-chave.
Porém, aqui na Ahrefs, misturamos algumas outras fontes de dados nas nossas próprias estimativas de volume de pesquisa (incluindo alguns anos de dados históricos de fluxo de cliques), o que nos permite “desagrupar” muitos destes grupos de palavras-chave, exibindo um volume de pesquisa distinto para cada palavra-chave individualmente:
Este “desagrupamento” torna os volumes de pesquisa da Ahrefs um pouco mais precisos do que os do GKP. No entanto, os nossos volumes de pesquisa são apenas estimativos — e não valores exatos que muitos de nossos usuários adorariam ver.
5. Maior volume de pesquisa de palavras-chave ≠ mais tráfego
O principal caso de uso da métrica de volume de pesquisa de palavras-chave, em SEO, é estimar o tráfego de pesquisa orgânica potencial que a sua página pode obter, caso seja classificada para a palavra-chave pretendida, certo?
Ora bem, vamos olhar para as duas seguintes palavras-chave:
Se compararmos o volume de pesquisa global (ou seja, a nível mundial), a palavra-chave “SEO local” parece ser 27 vezes mais popular do que a palavra-chave “submeter o seu website para mecanismos de pesquisa?”.
Vamos verificar isso mesmo na funcionalidade da Ahrefs, Explorador de Websites:
Como pode observar, acontece que a nossa suposição estava completamente errada. A página de classificação mais alta para uma palavra-chave 27 vezes menos popular parece estar a receber duas vezes mais tráfego de pesquisa.
Como assim?
Isto acontece porque as páginas não classificam apenas para uma única palavra-chave. Se você observar atentamente as duas capturas de ecrã acima, verá que a página mais bem classificada para “SEO local” está classificada no Google por 311 palavras-chave (procure o bloco “Palavras-chave orgânicas”), com oito delas classificadas nas 3 primeiras posições.
Quanto à página número 1 para “submeter o seu website para mecanismos de pesquisa”, a mesma classifica no Google para um total de 1,400 palavras-chave, com 201 delas classificadas nas 3 primeiras posições.
Aqui ficam algumas destas palavras-chave:
Qualquer que seja a consulta de pesquisa que você tenha em mente, pessoas diferentes a formularão de maneira diferente. Mas o Google é inteligente o suficiente para entender que todas estas pessoas estão basicamente à procura da mesma coisa. Portanto, classifica a mesma página para todas essas variações de consulta de pesquisa.
Estudamos esse “fenómeno” no passado e descobrimos que a página com classificação superior, em média, também poderia ser classificada para cerca de mil palavras-chave semelhantes.
Isto significa que não pode confiar cegamente no volume de pesquisa de palavras-chave individuais ao estimar o seu potencial de tráfego de pesquisa. O que você precisa de fazer é examinar as páginas com classificação mais alta e ver quanto tráfego de pesquisa elas obtêm – tendo em conta o total de todas as palavras-chave para as quais estas classificam.
Aqui na Ahrefs, ficamos tão apaixonados por este conceito que criamos uma métrica/funcionalidade exclusiva chamada Potencial de Tráfego:
Para qualquer palavra-chave que vê no Explorador de palavras-chave, extraímos a página com a classificação mais alta e procuramos quanto tráfego de pesquisa total esta obtém, olhando para todas as variações de palavras-chave para as quais se classifica no Google. O valor que resultar representa o potencial de tráfego dessa palavra-chave.
Aqui na equipa de marketing de conteúdo da Ahrefs, fazemos isto manualmente há alguns anos e, é um facto, que isto nos ajudou muito a escolher os tópicos certos para segmentar a nossa audiência. Por fim, essa métrica foi finalmente adicionada ao Keyword Explorer para que todos a possam usar.
Considerações finais
Portanto, estes são os cinco principais aspetos que os principiantes em SEO geralmente ignoram quando lidam com a métrica de volume de pesquisa de palavras-chave.
Agora que você está munido com esse conhecimento, tenho a certeza de que não olhará mais para métrica de volume de pesquisa pelo seu valor literal, o que deve melhorar muito a qualidade das suas decisões a nível de SEO.
E há uma última coisa que gostaria de mencionar. Parece óbvio demais colocá-lo no corpo deste artigo, mas vai parecer algo incompleto se não o fizer:
Nunca escolha palavras-chave com base no volume de pesquisa por si só.
Há muito mais dados na pesquisa de palavras-chave do que simplesmente procurar palavras-chave com o maior volume de pesquisa.
Aqui ficam outras questões que devem ser consideradas:
- Esta palavra-chave agregaria valor ao meu negócio?
- Esta palavra-chave resultaria em vendas?
- Seria capaz de superar as páginas mais bem classificadas para essa palavra-chave?
- O que seria necessário para classificar esta palavra-chave?
Tenha sempre estas perguntas em mente ao escolher quais as palavras-chave usar.